PHNOM PENH - As investigações sobre o tumulto da segunda-feira no Camboja que deixou 378 mortos e centenas de feridos concluiu que o pânico tomou conta dos participantes de um festival depois que a ponte em que a multidão estava começou a balançar.
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O canal de televisão Bayon, controlado pelo governo, reportou nesta quarta-feira, 24, que o comitê destacado para investigar a tragédia concluiu que várias das vítimas eram provenientes das regiões rurais do país e não sabiam se era normal ou não uma estrutura como uma ponte balançar por conta do peso. Por conta do medo de que a ponte fosse desabar, essas pessoas teriam começado o tumulto, segundo os inspetores.
A reportagem afirmou que houve 750 vítimas no incidente, das quais 350 morreram. O número é menor que os 378 mortos e 755 feridos anunciados na terça-feira. Sobre a diferença, o ministro da Informação, Khieu Kanharith, disse que o número oficial de mortos e feridos é de 351 e 395 respectivamente.
O tumulto ocorreu quando milhares de pessoas que assistiam a um concerto gratuito em uma ilha no rio Bassac, na capital Phnom Penh, entraram em pânico. As autoridades estimam que até 2 milhões de pessoas foram à cidade para o Festival da Água, que dura três dias.
Segundo o relatório, havia entre 7 mil e 8 mil pessoas sobre a ponte no momento em que começou o tumulto, o que resultaria em um peso de 350 a 400 toneladas. Ainda de acordo com os inspetores, muitas testemunhas disseram ter ouvido pessoas gritando que a ponte desabaria, o que desatou a confusão.
Testemunhas criticaram as autoridades por bloquear uma segunda ponte que cruza o rio, o que teria contribuído para a superlotação. As vítimas também reclamam da demora para que o serviço de socorro fosse acionado.
O primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, classificou o tumulto como a pior tragédia do país desde o governo comunista do Khmer Vermelho, que deixou cerca de 1,7 milhão de mortos no fim da década de 1970. Ele declarou a quinta-feira como dia de luto.