Presidentes não discutiram assuntos seníveis, segundo o Kremlin.
BAKU - O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, reiterou ao seu homólogo iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, a necessidade de o Irã demonstrar o caráter pacífico de seu programa nuclear, segundo informações transmitidas pelo Kremlin nesta quinta-feira, 18.
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"O presidente destacou a importância do caráter pacífico na continuação do programa nuclear iraniano", disse o conselheiro diplomático de Medvedev, Sergei Prikhodko. O presidente russo e Ahmadinejad se encontraram em Baku, capital do Azerbaijão.
A reunião ocorreu a portas fechadas, mas o Kremlin indicou que "os presidentes tiveram conversas francas e não tocaram em assuntos mais sensíveis". "O presidente russo apenas fez suas considerações a respeito da decisão do Conselho de Segurança da ONU", disse Prikhodko, em alusão às sanções.
Segundo a o governo, "foram abordados assuntos relativos à necessidade do desenvolvimento das relações com o Irã". "A Rússia está interessada em promover as relações econômicas e comerciais e de outras áreas não afetadas pela resolução do Conselho de Segurança da ONU", informou Prikhodko.
Antes da reunião, Ahmadinejad reafirmou a disposição do Irã em dialogar com o 5+1 - grupo de potências que discute o programa nuclear iraniano - apenas sobre "bases justas e de respeito mútuo". "Devido a sua moral exploratória, alguns membros desse grupo negociador tentam tomar vantagem das conversas", disse.
As potências ocidentais acusam o Irã de esconder, sob seu programa nuclear civil, outro de natureza clandestina e aplicações bélicas, cujo objetivo seria a aquisição de armas atômicas. Teerã nega tais alegações.
As tensões sobre o programa nuclear iraniano se acirraram no final do ano passado após o Irã rejeitar uma proposta de troca de urânio feita por EUA, Rússia e Reino Unido. Meses depois, o país começou a enriquecer urânio a 20%.
Um acordo mediado por Brasil e Turquia para troca de urânio chegou a ser assinado com o Irã em maio. O acordo, porém, foi rejeitado pelo Grupo de Viena - composto por Rússia, França, EUA e AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) - e o Conselho de Segurança da ONU optou por impor uma quarta rodada de sanções ao país.
Com informações das agências Associated Press e Efe