Membro da Al-Qaeda confessa assassinato de diplomatas

O acusado admitiu ter recebido ordens do segundo homem mais importante do grupo terrorista, Abu Musab al-Zarqawi, para executar dois diplomatas marroquinos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um iraquiano acusado pelos serviços secretos jordanianos de ser um dos líderes da organização terrorista Al-Qaeda no Iraque confessou nesta terça-feira na televisão jordaniana seu envolvimento no assassinato de dois diplomatas marroquinos e um motorista jordaniano, sob ordens diretas de seu líder, Abu Musab al-Zarqawi. O homem, que se identifica como Ziyad Khalaf al-Karbuli, foi preso na Jordânia por agentes da inteligência, segundo informações veiculadas em um programa especial de meia hora na TV jordaniana. "Al-Karbouli usou sua posição como um agente alfandegário na fronteira entre o Iraque com a Jordânia para facilitar seus crimes, que incluem o seqüestro de jordanianos e árabes", segundo informações do programa. O suspeito era um homem chave da Al-Qaeda no Iraque e recebia bens roubados por insurgentes iraquianos para financiar operações terroristas. Durante o programa, Al-Karbouli afirmou que foi "instruído por líderes da Al-Qaeda a capturar qualquer jordaniano pois eles negociam com americanos e trazem mercadorias para eles no Iraque". Além disso, Al-Karbuli reconheceu que disparou duas balas na cabeça do motorista jordaniano Khaled Dosuki, capturado em setembro de 2005, pouco após entrar no Iraque em um caminhão carregado de mercadorias. O suposto terrorista disse que o assassinato do chofer jordaniano foi ordenado por Younus Ramlaui, "Abu Azzam", um alto representante da Al-Qaeda no Iraque. Al-Karbuli disse que o assassinato do motorista era uma mensagem ao Governo jordaniano "por sua cooperação com os EUA". O suspeito também descreveu sua ação para capturar dois funcionários da embaixada marroquina e dois curdos na fronteira com o Iraque em novembro do ano passado. Ele coordenou a captura com o líder militante Yasser Mahmoud Harbi. Al-Karbuli disse que al-Zarqawi sabia detalhes sobre os seqüestros e que o líder sentenciou os marroquinos à morte, mas ordenou a libertação dos curdos. A televisão jordaniana, que transmitiu um trecho de dez minutos das confissões do detido, assegurou que "em breve" Al-Karbuli estará à disposição judicial. al-Zarqawi O líder da Al-Qaeda no Iraque, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, clamou responsabilidade por vários ataques terroristas contra seu país natal, incluindo explosões em hotéis na capital em novembro, que deixaram 53 mortos. O grupo de al-Zarqawi também assumiu responsabilidade por vários seqüestros, decapitações e atentados suicidas no Iraque. Eles se opõem ao islamismo moderado da Jordânia, sua aliança com os Estados Unidos e o acordo de paz assinado com Israel em 1994.

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