Os governos de Holanda e Dinamarca, ambos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disseram nesta sexta-feira, 23, que não enviarão mais tropas ao Afeganistão até que o segundo turno das eleições presidenciais, a ser realizado no dia 7 de novembro, respalde um governo legítimo e até que o presidente dos EUA, Barack Obama, decida uma nova estratégia para a situação de segurança no país.
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O ministro da Defesa Holandês, Eimert Van Middelkoop, disse que seu país, que tem 2.160 soldados nos Afeganistão, está aguardando dos resultados finais das eleições porque "a legitimidade do governo afegão é a chave" para a situação do país, assim como a decisão do governo de Obama. "Creio que a maioria dos países está aguardando pela decisão americana", disse van Middelkoop.
O ministro da Defesa dinamarquês Soeren Gade Dise que os aliados não vão enviar mais tropas até que o novo governo de Cabul assegure estar comprometido com os esforços internacionais. "Acho que se algum país for enviar mais tropas para o Afeganistão, seja ele qual for, demandará condições para fazê-lo", disse Gade, cujo país enviou 690 soldados à região instável.
"Eles precisam ver o novo presidente afegão e dizer: 'se mandarmos mais tropas para seu país, terá que lidar com isso, isso e isso'. Temos que ter certeza que o governo estará comprometido com seu trabalho antes de enviarmos mais soldados", completou.
As eleições no Afeganistão foram para o segundo turno após a constatação de fraudes reduzirem o nível de votos para o atual presidente, Hamid Karzai, para menos de 50%, impedindo-o de sair vencedor no primeiro turno. Karzai enfrentará o ex-ministro de Relações Exteriores Abdullah Abdullah na segunda rodada.