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Memorial de acidente aéreo da Polônia atrai 100 mil

Por AE-AP
Atualização:

Aproximadamente 100 mil poloneses compareceram à praça Pilsudski, em Varsóvia, para participar de uma cerimônia em memória das 96 pessoas mortas em um acidente aéreo ocorrido há uma semana. A multidão agitava bandeiras polonesas decoradas com faixas pretas, simbolizando luto, em frente a um grande palco branco, com uma cruz no centro, com fotos das vítimas do acidente ao fundo - entre elas a do presidente polonês Lech Kaczynski.Os nomes das vítimas foram lidos em voz alta, começando pelo presidente e por sua esposa, Maria, enquanto Marta - filha única do casal - e Jaroslaw Kaczynski, irmão gêmeo de Lech e ex-primeiro ministro da Polônia, ouviam. Também compareceram à cerimônia o ex-presidente Lech Walesa, o primeiro-ministro, Donald Tusk, e o presidente interino, Bronislaw Komorowski."Nosso mundo desmoronou pela segunda vez no mesmo lugar", disse Komorowski sobre o acidente aéreo, ocorrido perto da floresta Katyn, na Rússia, local onde também ocorreu um massacre de oficiais poloneses durante a Segunda Guerra Mundial. Tusk disse que o acidente foi um evento calamitoso e o classificou como "a maior tragédia na Polônia desde a guerra".O memorial é uma das cerimônias que serão realizadas entre sábado e domingo e será seguido por uma missa na catedral de São João às 18h em horário local (13h em horário de Brasília), em Varsóvia.No domingo, ocorrerá o funeral do presidente e de sua esposa. Alguns líderes mundiais que pretendiam participar do evento cancelaram os planos, citando a nuvem de poeira vulcânica que paira sobre a Europa e provocou a interrupção das operações em diversos aeroportos.Até o momento, as delegações do Egito, da Macedônia, da Índia, do Japão, da Coreia do Sul, do México, da Nova Zelândia e do Paquistão cancelaram os planos para comparecer ao funeral, de acordo com o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Piotr Paszkowski. O rei da Suécia, Carlos XVI Gustavo, e a presidente da Finlândia, Tarja Halonen, também cancelaram a viagem.A Polônia ainda espera a visita do presidente dos EUA, Barack Obama, e do presidente da Rússia, Dmitry Medvedev.O gabinete do presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que embora os aeroportos franceses estejam fechados até segunda-feira, ele pretende viajar a Cracóvia no domingo. O presidente da República Checa, Vaclav Klaus, disse que viajará à Polônia de trem e carro, enquanto o presidente da Eslováquia, Ivan Gasparovic, e o presidente da Eslovênia, Danilo Turk, divulgaram que iriam de carro.Todos os aeroportos na Polônia permanecem fechados neste sábado para voos que ultrapassem uma altura de 6 mil metros por conta da nuvem de cinzas vulcânicas, inclusive em Cracóvia e em Balice, cidades que devem receber a maior parte das autoridades no domingo, segundo Grzegorz Hlebowicz, porta-voz das autoridades do setor aéreo da Polônia.O primeiro-ministro da Coreia do Sul, Chung Un-chan, cancelou a viagem e o cardeal Angelo Sodano, reitor do Sacro Colégio Pontifício, não conseguiu embarcar num avião de Roma até a Polônia para realizar a missa em memória dos mortos.O funeral de domingo deve começar às 14h em horário local (9h no horário de Brasília), começando com uma missa na Basílica de Santa Maria de Cracóvia. Os corpos do presidente e da primeira-dama serão então transportados pela cidade antiga até a catedral de Wawel, onde serão enterrados.

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