Menem não pode sair para lua-de-mel

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Por Agencia Estado
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Nem Brasil, Miami ou Síria: a lua-de-mel será dentro do terriório argentino. Esta será a conseqüência da decisão do juiz federal Jorge Urso, que determinou que, por questões judiciais, o ex-presidente Carlos Menem não poderá sair do país para sua lua-de-mel. O septuagenário Menem se casa neste sábado de manhã com a ex-miss Universo e ex-apresentadora de TV de 36 anos, a chilena Cecilia Bolocco. A restrição a ?el Turco?, como Menem é conhecido popularmente, deve-se à investigação que a Justiça está fazendo sobre sua suposta participação no tráfico de armas entre 1991 e 1995 para Croácia e Equador. Menem permaneceu impassível diante do impedimento colocado pela Justiça e citando o herói da independência de vários países sul-americanos, Simón Bolívar, disparou em tom de melodrama: ?Estarei acorrentado, mas em minha pátria?. No dia 13 de julho, o ex-presidente terá que depor na Justiça sobre o caso das armas e corre o risco de ser detido. Mas muito antes disso, Menem passará sua lua-de-mel nas serras da província de Córdoba. Com ele, estará ?a mulher de minha vida?, definição dada por Menem a ?Chechu?, apelido familiar da ex-miss. O ex-caudilho peronista afirmou que tem certeza de que ele e sua noiva serão ?muito felizes?. Menem também disse que Chechu deseja ter filhos e aproveitou para afirmar que em 2003 voltará a ser presidente. O atual presidente, Fernando De la Rúa, disse que não havia recebido convite para participar da festa de casamento, mas desejou aos noivos ?a maior felicidade?. O casamento civil será neste sábado às 11:00 na cidade de La Rioja, capital da província homônima e terra natal de Menem. Depois, 200 convidados participarão de um churrasco na residência do governador da província, onde Menem morou com sua ex-esposa Zulema Yoma durante mais de uma década em que ocupou o cargo de presidente. Um padre abençoará o casal, já que não poderá casá-los devido à situação de divorciados dos dois noivos. Depois, o casal irá até o Centro Esportivo da cidade, que, não por coincidência, ostenta o mesmo nome do ex-presidente. Ali, se reunirão quase mil pessoas para brindar pelos noivos. Calcula-se que ainda neste sábado chegarão à La Rioja 25 vôos charter carregados de jornalistas, curiosos, fãs (dos dois), além de políticos e empresários de toda a Argentina. No entanto, a festa em La Rioja foi preparada às pressas. O plano original era que o casamento seria realizado a cem quilômetros dali, no vilarejo de Anillaco, onde Menem possuía um ?refúgio? no sopé da cordilheira dos Andes: uma mansão de 500 metros quadrados construídos. Mas os planos tiveram que ser modificados: a filha de Menem, a ciumenta Zulemita (que muitos analistas políticos afirmam que sofre do complexo de Electra), recordou a seu pai que a mansão está no nome dela e por isso proibia qualquer cerimônia com a longilínea e loira chilena. A suspensão da festa em Anillaco está sendo uma catástrofe para o vilarejo, que, na última semana, havia pintado os meio-fios das calçadas, asfaltado as principais ruas, e decorado as casas com as efígies de Menem e La Bolocco. Além da decepção, os habitantes terão graves prejuízos econômicos: os artesãos locais havia preparados souvenirs recordando o enlace matrimonial em doces, estatuinhas e posters. Além disso, poderá ficar encalhado o vinho especial ?Por la Vuelta-2003? (?Pelo retorno-2003?), uma alusão à eventual volta de Menem à presidência do país. No rótulo recomenda-se não abrir até o ano 2003.

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