Menem só sai da Argentina com mandado

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um procurador federal advertiu que se o ex-presidente Menem resolver deixar a Argentina em viagem de núpcias, terá que obter antes a permissão do juiz que o convocou para prestar declarações em 13 de julho em um processo que investiga a venda ilegal de armas. O procurador federal Carlos Stornelli declarou nesta quinta-feira à imprensa que se Menem, que pretende casar-se no sábado, resolver viajar para o exterior, "teria que pedir autorização" e que "esta determinação tem que ser tomada pelo juiz federal Jorge Urso". Segundo meios da imprensa argentina, que citam fontes próximas aos noivos, o casal planeja realizar uma viagem de núpcias com escalas no Rio de Janeiro e Miami, não tendo descartado até mesmo a possibilidade de chegarem até a Síria. A Justiça de Buenos Aires já ordenou a detenção de dois estreitos colaboradores de Menem vinculados ao caso das vendas de armas à Croácia e ao Equador, realizadas como se fossem destinadas ao Panamá e à Venezuela. São eles o ex-ministro da Defesa Antonio E. González, detido na quarta-feira, e o ex-cunhado e assessor de Menem, Emir Yoma, cuja prisão preventiva foi decretada em 7 de abril. Os motivos pelos quais Menem foi citado a prestar declarações, como suposto chefe de uma associação ilícita, abrem a possibilidade de que ele também seja detido em 13 de julho. No entanto, a realização do casamento do ex-presidente em 26 de maio com a animadora de televisão chilena Cecilia Bolocco foi confirmada nesta quinta por Alberto Kohan, considerado o "braço direito" de Menem. As informações indicam que o casamento se realizará na residência do governador de La Rioja e não em "La Rosadita", a residência particular de Menem na pequena localidade de Anillaco. O jornal El Clarín informou nesta quinta-feira que Zulemita, a filha de Menem em cujo nome "La Rosadita" está registrada, recusou-se a dar permissão para que o casamento ali se realizasse - embora não tenha explicado que meio foi utilizado por Zulemita para demonstrar sua oposição à intenção dos nubentes. Uma versão do matutino La Nación comenta que "o próprio Menem explicou ontem a um amigo legislador que não poderia fazer a festa em La Rosadita "por problemas familiares".

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