PUBLICIDADE

Menina de 10 anos sangra até a morte após sofrer mutilação genital na Somália

Segundo ativista, a suspeita é de que o circuncidador que realizou o procedimento tenha cortado ‘uma veia importante’ durante a operação

Atualização:

JOANESBURGO - Uma garota de 10 anos sangrou até a morte depois de sofrer uma operação de mutilação genital na Somália, informou uma ativista. O país registra os maiores índices mundiais de realização da prática.

Cerca de 98% das mulheres e meninas da região do Chifre da África são submetidas ao processo de mutilação genital feminina Foto: James Akena / Reuters

PUBLICIDADE

A menina morreu em um hospital na segunda-feira, 16, dois dias após a mãe a levar a um circuncidador em uma área remota perto da cidade de Dhusamareb, no centro do Estado de Galmudug, disse em um comunicado Hawa Aden Mohamed, do Centro Educacional Galkayo para Paz e Desenvolvimento.

“Suspeita-se que o circuncidador tenha cortado uma veia importante durante a operação”, afirmou Hawa Aden.

Cerca de 98% das mulheres e meninas da região do Chifre da África são submetidas ao processo de mutilação genital feminina, de acordo com informações das Nações Unidas. Enquanto a Constituição da Somália proíbe a prática, Hawa Aden afirmou que nenhuma lei foi decretada para garantir que aqueles que realizam essas operações sejam punidos.

A Somália registra os maiores índices mundiais de realização de mutilação feminina Foto: Mohamed Abdiwahab / AFP

Alguns deputados “temem perder sua influência política entre os poderosos grupos conservadores tradicionais e religiosos, inclinados a manter a prática”, explicou a ativista.

Funcionários da área de saúde alertam para os riscos do procedimento que, em muitos casos, remove a genitália externa e a vagina é costurada e fica quase fechada.

Apesar das campanhas na Somália contra a prática, ela é “realizada em segredo”. “Reduzi-la tem sido um grande desafio”, disse Brendan Wynne, da Donor Direct Action, que tem sede em Nova York e reúne ativistas mulheres do mundo inteiro.

Publicidade

Cerca de 200 milhões de mulheres e crianças em 30 países já sofreram mutilação genital, afirmou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que qualifica o procedimento como uma “bruta violação dos direitos humanos das mulheres e meninas”. / AP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.