20 de março de 2011 | 00h00
Instalada em um abrigo provisório na cidade de Ofunato, Hiroko é uma das milhares de vítimas do tsunami que usam a televisão e o rádio para procurar outros sobreviventes ou dizer a seus parentes que estão vivos.
Em vários locais, o serviço de telefonia continua interrompido, o que dificulta a comunicação em um dos países mais tecnologicamente avançados do mundo. O recado de Hiroko foi transmitido pela rede IBC, de propriedade do mesmo grupo que publica o jornal Asahi, um dos maiores do Japão. Durante todo o dia de ontem, a programação foi dedicada às mensagens das vítimas.
Ikuko Sakai olhava para a câmera e falava com seu marido, que estava em um barco de pesca no dia do tsunami: "Sei que você teve boa sorte até hoje e espero que esteja vivo".
Alguns também faziam apelo por ajuda, em abrigos que enfrentam carência de eletricidade, água e suprimentos básicos. "Nós não temos comida, nós não temos comida", repetia uma mulher na casa dos 60 anos. "Por favor, nos ajudem."
Fome parece algo inimaginável no Japão, a terceira maior economia e dono de um dos mais altos PIBs per capita do mundo. Mas o tsunami provocou um colapso na rede de distribuição, agravado pela falta de combustível decorrente de incêndios em seis refinarias do país.
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