Mergulhador encontra espada de 900 anos que pertenceu a cavaleiro das Cruzadas

Shlomi Katzin descobriu o objeto raro em perfeitas condições quando mergulhava na praia de Carmel, em Israel

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Por Redação
Atualização:

TEL-AVIV — Um mergulhador encontrou uma espada datada do período das Cruzadas na praia de Carmel, no norte de Israel. Shlomi Katzin, morador da região, descobriu o objeto no dia 9 de outubro, após a corrente marítima ter remexido a areia no fundo do mar. 

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Ele entregou a espada para a Autoridade de Antiguidades de Israel (IAI, na sigla em inglês), que revelou a história em comunicado nesta segunda-feira.

Avaliações preliminares apontam que a espada tem 900 anos. A relíquia fabricada em ferro tem um metro de comprimento, com um cabo de 30 centímetros. "A espada, preservada em perfeitas condições, é um achado lindo e raro e, evidentemente, pertencia a um cavaleiro das Cruzadas”, disse em comunicado Nir Distelfeld, inspetor da Unidade de Prevenção de Roubo do IAI.

Espada do tempo das cruzadas achada no mar em Israel: artefato é da época da terceira cruzada Foto: Shlomi Katzin via The New York Times

Especialistas disseram que a antiga espada provavelmente foi descoberta depois que a areia foi deslocada pelas ondas. Outros artefatos encontrados nas proximidades da arma incluem âncoras de metal, âncoras de pedra e fragmentos de cerâmica.

Em entrevista ao jornal Times of Israel, o diretor da Unidade de Arqueologia Marinha da IAI, Kobi Sharvit, explicou que a costa de Carmel, onde há muitas enseadas naturais, foi abrigo para navios em tempestades durante anos de atividade marítima na região.

“Essas condições atraíram navios mercantes ao longo dos tempos, deixando para trás ricos achados arqueológicos. A espada recentemente recuperada é apenas um desses achados. A menor tempestade move a areia e revela objetos no fundo do mar, enquanto enterra outros. A popularidade do mergulho aumentou o número de descobertas”, ressaltou.

A lei israelense exige que todos os artefatos encontrados sejam devolvidos à nação. Após sua descoberta, Katzin disse que recuperou a espada do fundo do mar por temer que a descoberta fosse roubada ou enterrada novamente.

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Shlomi Katzin recebeu um certificado de agradecimento por sua boa cidadania e o diretor geral da IAI, Eli Escosido, o elogiou por apresentar a descoberta para as autoridades.

"Cada artefato antigo encontrado nos ajuda a montar o quebra-cabeça histórico da Terra de Israel. Assim que a espada for limpa e avaliada nos laboratórios, garantiremos que ela seja exibida ao público", prometeu em comunicado.

Jacob Sharvit, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, diz que a espada é da Terceira Cruzada Foto: JACK GUEZ / AFP

Descobertas cada vez mais comuns

Especialistas dizem que a descoberta de artefatos antigos por nadadores e mergulhadores recreativos se tornou cada vez mais comum nos últimos anos, em meio à crescente popularidade dos esportes aquáticos na região. O local onde a espada foi encontrada tem sido monitorado pelas autoridades desde que foi descoberta em junho.

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Outros achados na área mostram que o ancoradouro foi usado já no final da Idade do Bronze, ou cerca de quatro milênios atrás. A recente descoberta da espada sugere que a enseada natural também foi usada durante as Cruzadas, disse Sharvit.

Durante as Cruzadas, que duraram do final do século 11 até o final do século 13, assentamentos fortificados foram construídos na Terra Santa por cavaleiros da Europa que tentavam estabelecer um reino cristão com Jerusalém como sua capital.

As forças muçulmanas não viajaram por mar, o que Sharvit disse indicar que a espada era uma arma dos Cruzados, de acordo com o Haaretz.

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Especialistas dizem que as altas temperaturas do Mediterrâneo provavelmente ajudaram a preservar a espada de ferro. A vida marinha grudou na arma “como cola” enquanto o ferro se oxidava, disse Sharvit ao New York Times na segunda-feira.

As autoridades pretendem colocar a espada em exibição depois que ela for limpa e pesquisada. Eli Escosido, diretor geral do IAA, elogiou Katzin em nota pela entrega do artefato às autoridades. “Cada artefato antigo encontrado nos ajuda a montar o quebra-cabeça histórico da Terra de Israel.” / AFP, REUTERS e W. POST

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