BERLIM - A chanceler alemã, Angela Merkel, considera "problemática" a decisão do Twitter de banir a conta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, das redes sociais. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, 11, pelo porta-voz da chefe de governo, Steffen Seibert, e publicada pela agência Reuters. Seibert citou a liberdade de expressão, e levantou a questão sobre os poderes das grandes empresas de tecnologia, também alvo de preocupação de outros líderes europeus.
Em entrevista à rádio Inter, o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, se disse "em choque" com a ação, indicando que a "regulamentação dos gigantes digitais não pode e não deve ser feita pela própria oligarquia digital. É necessária, mas deve ser feita pelos Estados e pela Justiça".
Alto Representante da União Europeia, Josepp Borrell escreveu uma publicação sobre os eventos em Washington, indicando que "devemos ser capazes de regular melhor o conteúdo das redes sociais, respeitando escrupulosamente a liberdade de expressão.
"Não é possível que esta regulamentação seja executada principalmente de acordo com regras e procedimentos definidos por atores privados". Em dezembro passado, a Comissão Europeia propôs a Lei de Serviços Digitais, "nomeadamente para remediar precisamente este problema", segundo Borrell.
Na sexta-feira, o Twitter suspendeu permanentemente a conta de Trump, um de seus mais contumazes usuários, que reagiu afirmando que a empresa "conspira" para "silenciá-lo" e prometeu criar uma nova rede social. A empresa afirmou que as mensagens do republicano poderiam aumentar o risco de violência. No último mês, de acordo com o jornal Washington Post, o presidente tuitou em média 18 vezes por dia.