Merkel ressalta queda do desemprego como legado de 12 anos de governo

Chanceler da Alemanha, a democrata-cristã Angela Merkel, e seu principal rival, o social-democrata, Martin Schulz, disputam a chefia do governo da maior potência econômica da União Europeia; eleições ocorrem neste domingo

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BERLIM - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, definiu a queda do desemprego como o legado mais importante de seus 12 anos de governo e reiterou a meta de chegar ao pleno emprego até 2025 em uma entrevista publicada neste sábado, 23, pelo jornal "Bild".

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"O legado é a queda do número de desempregados, que era de 5 milhões quando eu assumi o cargo, para os 2,5 milhões de agora. E essa é também a base para uma de minhas principais metas políticas para o futuro, que é o pleno emprego em 2025", disse Merkel.

Merkel e seu principal adversário nas eleições deste domingo, 24, o social-democrata Martin Schulz, receberam cinco questionamentos do "Bild". As respostas foram publicadas, neste sábado, pelo jornal, o de maior circulação da Alemanha.

Chanceler da Alemanha, a democrata-cristã Angela Merkel, tira foto com eleitores durante curso de reanimação organizado por universidade de medicina Foto: AFP PHOTO / Odd ANDERSEN

A primeira pergunta foi sobre que tema os dois estavam dispostos a dar aos eleitores sua palavra de honra. Merkel disse que "seguirá pondo toda minha energia para ajudar à Alemanha".

Schulz, por sua vez, foi menos evasivo. "Prometo lutar com todas minhas forças por uma Alemanha e por uma Europa mais justa, e contra os agitadores da direita", em referência aos ultradireitistas da Alternativa para a Alemanha (AfD), que deve chegar ao parlamento do país, o Bundestag, pela primeira vez nessas eleições.

"Isso é algo que fiz durante toda minha vida política e por isso não trabalharei com pessoas que querem debilitar a Europa ou cindir nossa sociedade", completou Schulz.

A questão da AfD retornou na quarta pergunta, quando os candidatos são perguntados se a chegada da extrema-direita ao Bundestag é o legado da grande coalizão de Merkel. A atual chanceler rebate o questionamento citando o desemprego.

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Schulz, por sua vez, afirma que se um partido de ultradireita, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, chega ao Bundestag é sinal que a "Alemanha mudou para pior". Por esse motivo, ele afirma que lutará para que isso não ocorra até o fim da votação.

"Naturalmente peço o voto para o meu partido, mas convido também todos aqueles que não queiram votar em nós a irem às urnas", disse Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu.

Na segunda pergunta, os candidatos foram questionados sobre o que fariam se eleitos se pudessem tomar uma única decisão. Merkel se esquiva e responde que não toma decisões políticas isoladas.

Já Schulz diz que "faria com que a atenção com os idosos seja levada a sério e não só em discursos eleitorais".

A terceira pergunta foi sobre o que os candidatos fariam se ganhassem US$ 1 milhão jogando na loteria. Ambos respondem que nunca jogaram na loteria. Merkel, no entanto, acrescenta que sempre que recebeu qualquer prêmio em dinheiro decidiu doá-lo na sequência.

Por fim, o "Bild" perguntou se os candidatos rezaram para vencer as eleições deste domingo.

"Eu não rezo pedido algo tão concreto politicamente. Além disso, as orações são algo estritamente pessoal", responde Merkel.

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Schulz diz que a "oração é algo íntimo que não tem porque aparecer nos jornais".

Últimas aparições

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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o social-democrata Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, fizeram suas últimas aparições públicas, neste sábado, na véspera de uma eleição que, segundo as pesquisas, terá uma clara vitória da atual líder da União Democrata-Cristã (CDU).

Merkel se limitou a conversar e tomar café com militantes da CDU que participaram da campanha como uma forma de agradecer pelo trabalho. Já Schulz participou de um evento do Partido Social-Democrata (SPD) em Aquisgran, no oeste do país.

A luta de Schulz no último dia antes das eleições é desesperada, já que as pesquisas dão uma vantagem de 14 pontos percentuais para a CDU contra a SPD. O ex-presidente do Parlamento Europeu tem tentado marcar diferenças com Merkel em seus últimos eventos, com um discurso de defesa da justiça social e de alívios fiscais para famílias e pessoas de baixa renda. / EFE

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