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Mesmo em crise, Venezuela doará US$ 10 milhões à Indonésia

Governo diz que recurso para vítimas de terremoto é de um fundo de solidariedade; quase 2 milhões já deixaram o país latino em razão da escassez de alimentos e remédios

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - Apesar da grave crise econômica na Venezuela que levou quase 2 milhões de pessoas a deixar o país, o governo venezuelano anunciou nesta quarta-feira à noite que doará US$ 10 milhões à Indonésia após o terremoto e tsunami da sexta-feira que deixaram mais de 1.400 mortos no país asiático.

Maduro afirma que ex-militares conspiram para derrubar seu governo com ajuda dos EUA Foto: AP Photo/Ariana Cubillos

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A doação foi aprovada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para "atender a emergência" e demonstrar a "solidariedade humanista da Revolução Bolivariana", disse no Twitter o chanceler Jorge Arreaza.

Segundo a vice-presidente Delcy Rodríguez, os recursos são de um "Fundo de solidariedade".

O anúncio foi criticado por opositores como o deputado José Guerra, para quem "nenhum presidente pode dispor dos recursos do país como se fosse sua fazenda". 

"De onde saiu esse dinheiro?, questionou Guerra na Twitter.

O anúncio da doação foi feito em meio a uma grave crise econômica, com escassez de alimentos e remédios e uma inflação que pode chegar a 1.000.000% este ano, segundo o FMI.

De acordo com a ONU, 1,9 milhão de pessoas deixaram o país produtor de petróleo desde 2015 por causa da crise e foram principalmente para países vizinhos. A organização diz que o êxodo de venezuelanos já é um dos maiores movimentos populacionais em massa da história da América Latina.

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No entanto, o governo Maduro nega que a Venezuela esteja enfrentando uma crise humanitária e migratória, como sustentam vários governos da região. O chanceler Arreaza denunciou no mês passado na ONU que a crise econômica está sendo “manipulada” e “promovida” para justificar um “golpe militar” no país.

Dados divulgados no mês passado por agências da ONU apontam que a crise na Venezuela deixou 3,7 milhões de pessoas passando fome. / AFP

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