Mesquita no interior da França passa a ser alvo de investigação

Ismael Omar Mostefai, de 29 anos e único suspeito identificado, frequentaria com regularidade o local

PUBLICIDADE

Por Jamil Chade
Atualização:

Lucé, França – Rua do Paraíso, 41. Num bairro calmo, a mesquita da pacata cidade de Lucé passou a ser alvodas investigações sobre os atentados em Paris . Ismael Omar Mostefai, de 29 anos e único suspeito identificado, frequentaria com regularidade a mesquista, onde teria se radicalizado e feito contato com religiosos vindos da Bélgica.

O Estado foi um dos primeiros meios de comunicação a visitar o local, nesta manhã. Mas a ordem dos religiosos é a de simplesmente não dar qualquer informação. "Não posso dizer se eu conhecia Ismael ou não", disse o vice-presidente da Associação Muçulmana de Lucé, Karin Ben Ayat. 

Mesquita de Lucé era frequentada por Ismael Omar Mostefai, único suspeito identificado Foto: Jamil Chade/ Estadão

PUBLICIDADE

Ben Ali Abdallah, presidente da Associação, não disfaçava o mal-estar. Mas também se recusava a dizer se sabia quem era o suspeito. "Não sei se eu sei quem ele é. Talvez sim, mas não tenho como afirmar", disse. 

Os dois religiosos criticaram o fato de as autoridades francesas terem declarado que Mostefai frequentava o local. "O que eles querem dizer com isso ?", disse Ayat. "Obviamente que querem implicar o Islã e dizer que somos todos iguais", afirmou. "Rejeitamos qualquer amálgama", insistiu. 

Os fiéis e vizinhos também comentavam o caso de forma consternada. Mas faziam questão de defender a mesquita. "Não podemos pedir a carteira de identidade de cada um que entra aqui", disse um fiel, que se recusou a dar seu nome. 

Questionado se conhecia um religioso que teria vindo da Bélgica, o fiel se mostrou irritado. "O que isso tem a ver com a história?", disse. "Somos franceses e não temos culpa de ser muçulmanos. Eu trabalho como qualquer outra pessoa", disse. 

Na cidade ao lado, Chartre, as autoridades não escondem que foi a partir do local que um centro de radicalização teria sido registrado.   

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.