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Mexicanos de esquerda seguem com protestos

Protestos em frente a bancos e nas principais áreas públicas da Cidade do México exigem recontagem de votos

Por Agencia Estado
Atualização:

Ativistas de esquerda bloquearam os principais bancos e convocaram uma marcha de protesto na frente de sedes federais como forma de exigir a recontagem dos votos das últimas eleições presidências no México. Prosseguindo a onda de protestos contra a fraude eleitoral, dezenas de aliados do candidato à presidência Andres Manuel Lopez Obrador bloquearam as entradas de muitas empresas e de três bancos internacionais na Cidade do México, entoando "Voto a voto" e "Vida longa à democracia!". Obrador, ex-prefeito da Cidade do México, exige uma recontagem dos 41 milhões de votos das eleições do último dia 2 de julho, ao invés de recontar apenas 9% deles, o que começou a ser feito na última quarta-feira. Os primeiros resultados das eleições deram a vitória ao candidato conservador, do Partido da Ação Nacional (PAN), Felipe Calderón com uma vantagem de apenas 240 mil votos, o que significa uma margem de menos de 0,6%. Partidos convocam protestos Aliados de Lopez Obrador convocaram ativistas a protestar em frente ao prédio da Justiça Federal nesta quinta-feira. "Nós não aceitamos essa recontagem", afirmou Obrador, que discursava para milhares de pessoas na principal praça da Cidade do México, na noite desta quinta-feira. A equipe eleitoral de Lopez Obrador afirmou ter encontrado falhas na apuração dos votos em pelo menos 60% das urnas abertas, e que 18% das urnas foram abertas depois dada contagem oficial. Entretanto, membros do PAN afirmaram que os observadores que acompanharam as apurações não encontraram irregularidades nas contagens parciais e que a recontagem dos votos vindos do estado de Jalisco daria dois mil votos a mais para Calderón. Recontagem deve terminar neste domingo A recontagem parcial deve ser finalizada no próximo domingo. O Tribunal Federal Eleitoral vai rever os resultados e pode declarar quem é o novo presidente do México até dia 6 de setembro, anular as eleições ou organizar uma recontagem geral. No 12º distrito eleitoral, na Cidade do México, o juiz Julio Humberto Hernandez, representantes dos partidos e seis soldados observaram por 90 minutos os oficiais eleitorais contando votos da primeira de 28 urnas que serão examinadas. Eles encontraram um voto a menos para Calderon, 11 votos que foram computados juntos na contagem inicial, e cinco votos nulos, ao contrário dos sete informados inicialmente. "Essa é a prova de que a contagem foi mal feita", apontou Agustin Guerrero, um representante do Partido da Revolução Democrática, de López Obrador. Sete juízes do tribunal eleitoral negaram, anonimamente, uma recontagem geral, ao invés de fazê-la em locais onde há evidências de problemas na apuração. Defensores de Obrador estão sendo convocados a fazer manifestações na Cidade do México, em locais como a principal avenida da cidade e a praça Zocalo, atrapalhando o trânsito e o comércio, e a rotina de mais de 23 milhões de pessoas que moram e trabalham na região metropolitana. PRD acusa bancos Marti Batres, presidente do PRD na Cidade do México, afirmou que o partido está protestando em frente a bancos já que "estes centros financeiros patrocinaram uma campanha suja contra Lopez Obrador". Batres também afirmou que os bancos financiaram a campanha de Calderón, mas os bancos negam a acusação. "Nós pedíamos a compreensão sobre os distúrbios provocados, estamos construindo a democracia, porque queremos que as coisas mudem e não é certo ficarmos calados", afirmou Gilberto Ensastiga, representante do PRD que liderou os protestos na frente do banco HSBC na Avenida Reforma. O líder reforçou o a promessa de Lopez Obrador de espalhar os protestos por todo o país. "Nós vamos ver mais pessoas no norte, no centro e no sul", concluiu.

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