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México começa a debater legalização da eutanásia

Lei permitiria que doentes terminais desistissem de tratamento e acabaria com processos contra médicos que seguem desejos dos pacientes, diz criador da proposta

Por Agencia Estado
Atualização:

O Senado do México começou a discutir a legalização da eutanásia nesta quinta-feira, 13, mais uma de uma série de medidas liberais no país que inclui a aprovação das uniões civis gays e o aborto. O patrocinador da proposta disse que ela permitiria que os doentes em fase terminal desistissem de tratamento médico e acabaria com os processos contra médicos que seguem os desejos dos pacientes e enceram os cuidados médicos que os mantêm vivos. "Queremos dar a todos o direito de uma morte digna porque a morte é a última liberdade humana", disse o senador Lázaro Mazon, um cirurgião. Mazon disse que tem apoio suficiente para aprovação e espera uma votação dentro de duas semanas. A medida teria então que ser aprovada pela Câmara dos Deputados e assinado pelo presidente mexicano, Felipe Calderón. Eutanásia na Itália A eutanásia, ou suicídio assistido, ainda é motivo de intensos debates em diversos países. A morte de Piergiorgio Welby, em dezembro, na Itália, iniciou um amplo debate sobre o tema no país. Elby, de 60 anos, sofria há 30 de distrofia muscular progressiva e pedia a suspensão do tratamento terapêutico que o mantinha vivo. Welby havia recorrido aos tribunais para a suspensão da ajuda de aparelhos para sua respiração, com uma sedação terapêutica prévia, mas uma juíza do Tribunal Civil de Roma, Angela Salvio, considerou "inadmissível" o recurso apresentado, alegando haver um vazio legal. A decisão foi impugnada por ser considerada contraditória pela Procuradoria de Roma, para a qual "um direito pessoal existe ou não existe" e quando existe "não pode não estar tutelado". Welby, antes de morrer, se definiu como um homem "extenuado, esgotado", que não podia "seguir adiante". Em setembro de 2006, o italiano enviou uma vídeo-mensagem ao presidente do país, Giorgio Napolitano, na qual mostrava suas condições e reivindicava seu direito de optar livremente por morrer. Corrida eleitoral Na França, a discussão sobre a legalização da eutanásia faz parte da corrida eleitoral da candidata socialista Ségòléne Royal. No início do mês, Royal afirmou que pretende pressionar a lei para permitir a eutanásia sob certas condições. O líder do partido socialista, marido e pai dos quatro filhos de Royal, François Hollande, disse que uma lei sobre eutanásia deveria ser discutida com médicos. "Queremos criar uma lei nessa área, com precaução e respeito, para que o direito fundamental de viver e morrer com dignidade possa ser estabelecido", disse Hollande em uma coletiva de imprensa. O candidato favorito nas eleições presidenciais, Nicolas Sarkozy, também sugeriu que estaria a favor da lei que permite a eutanásia, dizendo recentemente que "encarando a dor, não podemos apenas sentar aqui e não fazer nada". A prática é legalizada apenas na Holanda, Suíça, Bélgica, Austrália e no Estado norte-americano do Oregon.

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