México critica EUA por relatório sobre direitos humanos

Documento do Departamento de Estado dos EUA cita assassinatos, seqüestros, tortura e detenções arbitrárias, entre outros abusos no México em 2006

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo mexicano criticou na terça-feira (hora local), 7, um relatório apresentado pelos Estados Unidos, denunciando uma cultura de "impunidade e corrupção" no México, ao mesmo tempo que enviou uma nota diplomática protestando contra a incursão de agentes da Patrulha de Fronteiras americana em seu território. O documento do Departamento de Estado dos EUA cita assassinatos, seqüestros, tortura e detenções arbitrárias, entre outros abusos aos direitos humanos no México em 2006. Em resposta, a Chancelaria mexicana disse que "os relatórios unilaterais, como o do Departamento de Estado americano, não contribuem para a cooperação nem para criar um ambiente propício para melhorar os direitos humanos". Além disso, "nenhum país está isento de problemas no campo dos direitos humanos". A Chancelaria acrescentou que o México está comprometido com a consolidação da cooperação com órgãos e instituições nacionais e internacionais. Incursão de agentes Em outro comunicado, a Chancelaria mexicana disse que expressou à embaixada dos Estados Unidos sua rejeição à incursão de agentes em seu território. "Manifestamos estranheza diante do fato, dias depois de o governo do México receber garantias de que seriam evitadas as incursões de agentes americanos em território mexicano e que os Estados Unidos respeitariam o tempo todo a soberania do país", disse o comunicado. Segundo a Chancelaria, a embaixada dos EUA reconheceu a incursão, mas explicou que o pessoal americano tentou sem sucesso extinguir um incêndio na divisa, no lado do Arizona. Em sua ação, os agentes entraram com maquinaria pesada, incluindo dois caminhões-pipa, em território mexicano, para apagar o fogo. Depois de apagadas as chamas, segundo a embaixada dos EUA, agentes e equipamentos foram imediatamente retirados do território mexicano. A Chancelaria reconheceu que "a incursão pode ter sido motivada por um esforço para atender a uma emergência". Mas reforçou a sua posição de que "mesmo em situações de emergência, é exigida, sem exceção, uma notificação imediata às autoridades mexicanas".

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