México decide extraditar argentino acusado de tortura

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Por Agencia Estado
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A Suprema Corte de Justiça do México abriu um precedente histórico em relação a crimes contra a humanidade, ao aprovar a extradição para a Espanha do ex-capitão-de-corveta argentino Ricardo Miguel Cavallo, acusado de participar das operações de tortura da Escola de Mecânica da Marinha (Esma) durante a ditadura da Argentina (de 1976 a 1983). O tribunal mexicano autorizou a extradição de Cavallo para que seja julgado, na Espanha, pelos delitos de terrorismo e genocídio. Embora não caibam recursos à decisão da Suprema Corte, Cavallo não será extraditado imediatamente. Antes, o tribunal deve preparar a sentença e notificar o Ministério de Relações Exteriores. Cavallo se identificava nos tempos da ditadura argentina como Miguel Ángel Cavallo, e usava os nomes de guerra Serpico e Marcelo. No ano passado, foi identificado como torturador da "guerra suja" argentina quando trabalhava como diretor do Registro Nacional de Veículos do México. Após ser desmascarado, tentou retornar para a Argentina, onde poderia beneficiar-se das leis de anistia, mas teve a extradição pedida pelo juiz da Audiência Nacional da Espanha Baltasar Garzón, o mesmo que presidiu o processo que, de 1998 a 2000, reteve o ex-ditador chileno Augusto Pinochet na Grã-Bretanha. Em Santiago, no Chile, a Assembléia-Geral da Organização dos Estados Americanos aprovou, por aclamação, a retomada das negociações entre Argentina e Reino Unido sobre a soberania das Ilhas Malvinas (Falklands, para os britânicos). A resolução, proposta pela Argentina, foi patrocinada por Brasil e Chile.

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