CIDADE DO MÉXICO - O governo do México jamais utilizará, "sob nenhuma circunstância", recursos públicos arrecadados junto aos mexicanos para pagar pelo muro que o pré-candidato republicano à presidência dos EUA Donald Trump prometeu construir na fronteira, e cobrar do México por seu custeio, disse na quarta-feira o ministro da Fazenda mexicano, Luis Videgaray.
"Eu digo isso enfaticamente: não existe nenhum cenário no qual o México pagaria por esse muro", enfatizou Videgaray em entrevista à emissora Milenio Televisión.
Além disso, segundo o ministro, o muro "é uma péssima ideia, é uma ideia absurda que se baseia na ignorância e que não tem sustento na realidade da integração da América do Norte".
Videgaray comentou que há mais de cinco anos o trânsito de pessoas entre México e EUA tem um saldo negativo para o país do Norte. "Ou seja, há mais americanos que vêm ao México do que mexicanos que vão para os EUA", frisou o ministro.
"Todos os dias, mais de um milhão de pessoas fazem o trajeto entre México e EUA de maneira legal, mais de 350 mil veículos. Fazemos negócios de mais de US$ 1 milhão por minuto", destacou.
Videgaray afirmou que "o México é um aliado fundamental para os EUA e que estes são um aliado fundamental para a competitividade da economia mexicana".
"O que necessitamos é investir, ambos os países, em melhor infraestrutura, melhores pontes, mais instalações alfandegárias e em ampliar as vias", comentou Videgaray.
Sobre a possibilidade de Trump chegar à Casa Branca, o responsável pelas finanças públicas do México afirmou que "seja quem for o presidente dos EUA por decisão do povo americano, ele sempre vai encontrar no governo do México uma atitude construtiva, de diálogo".
Donald Trump, que lidera as primárias entre os pré-candidatos do Partido Republicano, disse que deportaria os 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA e qualificou os mexicanos de criminosos e traficantes.
Tais declarações lhe renderam críticas fortes dos ex-presidentes mexicanos Vicente Fox e Felipe Calderón, que compararam o discurso do magnata com o do ditador nazista Adolf Hitler. /EFE