CIDADE DO MÉXICO - Autoridades do México emitiram neste sábado, 26, dezenas de mandados de prisão para policiais e soldados que, acredita-se, podem ter participado do desaparecimento, em 2014, de 43 estudantes universitários mexicanos, anunciou o chefe da investigação.
O responsável pela procuradoria especial que cuida do caso, Osmar Gomez, disse em coletiva de imprensa na Cidade do México que os pedidos miram os “autores materiais e intelectuais” do crime, incluindo militares e membros da polícia federal e municipal.
O Exército mexicano não respondeu de imediato a pedidos de comentário.
Neste sábado, o crime completa seis anos. Esta é a primeira vez que autoridades mexicanas anunciam ordens de prisão para militares.
Os estudantes da universidade rural de Ayotzinapa desapareceram em 26 de setembro de 2014, no Estado de Guerrero. Até o momento, só foram identificados os restos mortais de dois deles.
O desaparecimento até hoje não solucionado dos jovens gerou revolta no país e levou a grandes protestos em 2014, atraindo condenação internacional. O caso se tornou um dos maiores exemplos das dificuldades das autoridades mexicanas para prevenir violência ou punir os responsáveis.
Membros das famílias das vítimas têm há tempos acusado autoridades do país, incluindo militares, de cumplicidade no desaparecimento dos estudantes.
“Os militares participaram”, disse a mãe de um dos estudantes desaparecidos, Maria Martinez Zeferino, em coletiva de imprensa neste sábado no Palácio Nacional, na Cidade do México. /REUTERS