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Mianmar abre julgamento de Suu Kyi a diplomatas e jornalistas

Líder opositora detida há 19 anos consegue falar com representantes internacionais durante audiência

Por Efe
Atualização:

A Junta Militar de Mianmar abriu nesta quarta-feira, 20, a diplomatas e jornalistas o julgamento da líder opositora e Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, realizado na penitenciária de Insein, nos arredores de Rangun.

 

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Representantes de pelo menos 25 missões diplomáticas de países como Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido, conseguiram a autorização do regime militar, assim como cinco jornalistas estrangeiros, escolhidos por sorteio, e outros cinco birmaneses, eleitos a dedo pelo governo, que controla toda a imprensa local.

 

Suu Kyi, de 63 anos e que apresentaria em um estado delicado de saúde quando foi detida na semana passada, mostrava um bom aspecto e bastante ânimo, segundo declarações dos presentes no julgamento ao sair da prisão. A líder birmanesa também pôde falar com diplomatas de Rússia, Cingapura e Tailândia, algo que foi proibida de fazer durante os últimos seis anos, assim como usar telefone, internet e receber visitas, entre outras restrições da prisão domiciliar imposta em 2003.

 

A mudança de atitude das autoridades, que há dois dias chegaram a rejeitar os pedidos para realizar um julgamento aberto, não foi tão radical a ponto de permitir a entrada no recinto de câmeras de televisão. A abertura decidida pela Junta Militar ocorre no mesmo dia em que o Conselho de Segurança da ONU deve falar sobre a situação de Suu Kyi.

 

A detenção e o julgamento da Nobel da Paz de 1991 ocorrem a duas semanas do fim de sua mais recente prisão domiciliar, punição que cumpriu durante mais de 13 dos últimos 19 anos. Na semana passada, as autoridades acusaram formalmente Suu Kyi de descumprir os termos de sua detenção quando permitiu que um americano dormisse em sua casa no princípio de maio. John William Yettaw, de 53 anos, foi detido em 6 de maio após abandonar a casa da líder opositora quando retornava nadando pelo lago Inya. Uma sentença desfavorável impediria Suu Kyi de concorrer às eleições parlamentares que a Junta Militar pretende organizar em 2010. O veredicto pode sair na semana que vem.

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