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Mianmar acusa Nobel da Paz de sonegar impostos

Aung San Suu Kyi recebeu o prêmio em 1991 por sua luta a favor da democracia

Por Agencia Estado
Atualização:

A Junta Militar de Mianmar (antiga Birmânia) acusou nesta quinta-feira publicamente a líder da oposição democrática, Aung San Suu Kyi, de falta de pagamento de impostos, por não gastar no país o dinheiro do prêmio Nobel da Paz que recebeu em 1991. Num editorial, o jornal Nova Luz de Mianmar, órgão de propaganda do governo militar, afirmou que Suu Kyi deve ser presa por "escapar do pagamento de impostos, instruindo membros de sua família no exterior a gastar o dinheiro dos prêmios que recebeu de organizações internacionais". O jornal acrescenta que "o governo foi moderado ao impor a Suu Kyi apenas restrições, em vez de punições como estabelece a lei". Suu Kyi retornou ao país há cerca de 20 anos, e passou mais da metade desse tempo submetida a prisão domiciliar. Ela cumpre atualmente a sua terceira pena, em sua casa, em Yangun, quase em completo isolamento. Líder da Liga Nacional pela Democracia, única formação de oposição que resiste à pressão do regime militar, ela recebeu em 1991 o Prêmio Nobel da Paz por sua luta a favor da democracia. A dotação de 10 milhões de coroas suecas (cerca US$ 1,4 milhão) foi recebida por seu marido, já morto, e pelos dois filhos. Na época, Suu Kyi cumpria seu segundo ano de prisão domiciliar. O partido de Suu Kyi ganhou as eleições legislativas de 1990, cujos resultados nunca foram reconhecidos pelos generais, que governam o país desde 1962.

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