Mianmar barra observadores e imprensa internacional das eleições

Oposição reclama de leis eleitorais injustas que consolidarão poder nas mãos dos militares

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Atualização:

RANGUM - As autoridades de Mianmar disseram nesta segunda-feira, 18, que observadores internacionais e repórteres estrangeiros não poderão entrar no país para fiscalizar e cobrir as primeiras eleições a serem realizadas na nação asiática em 20 anos.

 

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A Comissão Eleitoral disse que os observadores não seriam necessários porque os diplomatas presentes no país conseguiriam monitorar o processo sem ajuda. Além disso, o órgão disse os jornalistas que estão em Mianmar são suficientes para cobrir as eleições.

 

"Não precisamos de observadores internacionais. Temos muita experiência na realização de eleições. Além disso, as leis eleitorais são equilibradas e fáceis de se entender", disse Thein Soe, chefe da Comissão Eleitoral.

 

Sobre os jornalistas, ele disse que representantes de agências internacionais de notícias residentes em Mianmar e os comunicados à imprensa divulgados pelo governo darão conta da cobertura. No país, a imprensa é controlada pelo governo militar.

 

Leis injustas

 

As autoridades birmanesas dizem que as eleições marcarão mais uma passo "no caminho da democracia". Muitas pessoas de fora do país, porém, dizem que as leis sob as quais a votação ocorrerá são injustas e objetivam perpetuar o poder dos militares. Um quarto dos assentos no Parlamento, por exemplo, é reservado às Forças Armadas. Muitos militares também se candidataram como civis, e por isso podem aumentar ainda mais a força deste grupo no Congresso.

 

Partidos não alinhados ao governo reclamaram dessas leis durante a campanha. A líder pró-democracia e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que é mantida sob prisão domiciliar e foi proibida de participar das eleições, pediu que a população boicote o pleito.

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Seu partido, a Liga Nacional pela Democracia, venceu as últimas eleições realizadas em Mianmar, em 1990. O partido, porém, nunca chegou ao poder.

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