Mianmar rejeita apelação de Suu Kyi contra prisão domiciliar

Advogado diz que ativista pró-democracia rejeitará libertação condicional proposta por militares

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RANGUN - O Supremo Tribunal de Mianmar rejeitou nesta quinta-feira, 11, a apelação da líder pró-democracia Aung San Suu Kyi contra sua prisão domiciliar. A sentença da ativista, porém, termina no próximo sábado, 13, o que pode resultar em sua libertação.

 

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Suu Kyi foi mantida presa por 15 dos últimos 21 anos. Ela deveria ter sido solta no ano passado, mas foi condenada permanecer em prisão domiciliar após um jornalista estrangeiro tentar entrar em sua casa sem permissão. O advogado da ativista, vencedora do Nobel da Paz, porém, disse que ela não deve aceitar a libertação condicional proposta pelo governo, que exige sua exclusão da militância política.

 

A apelação contra a prisão domiciliar era a última chance de Suu Kyi de argumentar contra a decisão do judiciário de Mianmar, que julgou que ela teria quebrado as condições de sua reclusão com a visita do jornalista.

 

Seu advogado, porém, disse que ela perdeu o caso. "A corte rejeitou nossa apelação e manteve as outras decisões. Essa decisão é completamente equivocada e mostra o estado do sistema judiciário no país", disse Nyan Win.

 

Ainda sob o espectro das eleições realizadas no domingo, que parecem ter mantido os militares no poder de Mianmar, especula-se que os generais poderiam libertar Suu Kyi no sábado, quando termina seu período de reclusão. Segundo o advogado, porém, ela não aceitará as condições impostas para ser solta. "Ela não aceitará uma libertação limitada", disse Win.

 

A Liga Nacional pela Democracia, o partido de Suu Kyi, boicotou as eleições do domingo - as primeiras no país em 20 anos - e recebeu ordens para que se dissolvesse por se recusar a participar do pleito. Em 1990, o partido venceu as eleições, mas os militares não deixaram o partido formar o governo.

 

As eleições deste domingo foram duramente criticadas por nações ocidentais como injustas e com o objetivo de perpetuar o governo militar, dessa vez sob a chancela de civis. A Junta Militar diz ter recebido 80% dos votos, embora os resultados oficiais ainda não tenham sido divulgados.

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