Milhares de civis iraquianos fogem de Basra

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Por Agencia Estado
Atualização:

Mais de 3 mil pessoas deixaram Basra, a segunda maior cidade do Iraque, situada no sul do país, em busca de alimentos, água potável e medicamentos, após mais de uma semana de bombardeios e combates na periferia, sitiada pelas forças da Grã-Bretanha. A TV árabe por satélite Al-Jazira - um dos poucos veículos de imprensa com uma equipe na cidade - noticiou intensos bombardeios aéreos hoje contra a cidade e mostrou imagens de pelo menos quatro civis feridos. Os militares britânicos anunciaram ter destruído 14 tanques e 4 veículos de transporte de pessoal que tentaram hoje romper o cerco, em uma rápida batalha. Perto do sul de Basra, as tropas entraram em confronto com uma coluna de tanques iraquianos. As forças iraquianas fizeram hoje pelo menos três tentativas de romper o sítio. "Nós ficamos diante de alguma oposição firme", declarou o marechal Brian Burridge no QG de suas forças, no Catar. Mais ao sul, prosseguem os combates em Zubayr, a cidade iraquiana mais próxima da fronteira kuwaitiana. Segundo um comunicado militar lido na TV estatal iraquiana, dois "soldados inimigos foram mortos? em Zubay - informação não confirmada pelas forças da coalizão liderada pelos EUA. O capitão Al Lockwood afirmou à imprensa que os condutores dos veículos eram soldados, obrigados por membros do governista Partido Baath, a realizar a manobra para abrir uma rota de fuga de Basra. A informação não pôde ser confirmada. Em Londres, o ministro da Defesa britânico, Geoff Hoon, disse terem sido exagerados os informes de que uma coluna de 120 tanques tentava romper o cerco. A informação fora dada por militares britânicos na região do conflito. Um oficial britânico informou que mais de 3 mil pessoas, na grande maioria homens, cruzaram uma ponte na saída de Basra, no sul da cidade, no período da manhã, unindo-se aos mais de 10 mil que haviam partido em dias anteriores. Um número menor, 200 iraquianos, fazia o percurso no sentido contrário, à procura de parentes e amigos em Basra. De acordo com correspondentes, as pessoas que deixam a cidade não mencionaram combates acirrados nem um levante popular contra o regime iraquiano, como informam altos oficiais britânicos. Durante a Guerra do Golfo, em 1991, houve uma revolta da população local, majoritariamente xiita, que foi violentamente sufocada pelas forças de Saddam Hussein. O ministro iraquiano de Saúde, Umid Mehdat Mubarak, disse em Bagdá que os reservatórios de água de Basra estão contaminados e representam uma ameaça para a população. Já o titular da pasta do Comércio, Mohammed Mehdi Saleh, anunciou o envio de um comboio de 20 caminhões levando farinha de Bagdá para Basra - situada a 500 quilômetros de distância - e garantiu que a estrada está segura. "O Iraque nunca será derrotado e sairá vitorioso", declarou. Na quarta-feira, a Cruz Vermelha Internacional reativou os sistemas de bombeamento danificados na guerra e o abastecimento de água foi restabelecido apenas para metade da cidade. Veja o especial :

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