PUBLICIDADE

Milhares de libaneses protestam contra o governo em Beirute

Não há estimativas oficiais sobre o tamanho da multidão, mas uma força de segurança disse que era a maior manifestação já vista no Líbano

Por Agencia Estado
Atualização:

Centenas de milhares de manifestantes, carregando bandeiras, reuniram-se no centro de Beirute neste domingo, após chamado da oposição liderada pelo Hezbollah para seguir em frente com a campanha de 10 dias e derrubar o governo pró-ocidente do Líbano. Em uma demonstração de força, a multidão, aos gritos, ocupou duas praças no coração da cidade e colunas de homens, mulheres e crianças não paravam de chegar pelas ruas das redondezas para pedir a renúncia do primeiro-ministro Fouad Siniora. "Fora Siniora", gritava a massa. "Beirute é livre", clamavam outros, enquanto um dos maiores protestos da história do Líbano se iniciava em plena luz do dia. Alto-falantes gigantes tocavam músicas nacionalistas. Tambores também eram ouvidos. O barulho certamente era escutado de dentro dos escritórios do governo, próximos do local, onde Siniora e a maioria de seus ministros estavam reunidos. Veículos armados e centenas de homens das forças de segurança faziam a guarda dos prédios do governo. Ativistas de oposição realizam manifestações no centro da cidade desde 1º de dezembro, em protestos para forçar Siniora e sua maioria sunita a formar um governo de unidade nacional. Não há estimativas oficiais sobre o tamanho da multidão deste domingo, mas uma força de segurança disse que era a maior manifestação já vista no Líbano. "Nós vamos permanecer por dias, semanas ou meses. O que for preciso para derrubar o governo", afirmou Nader Hafez, um xiita de 21 anos, de Beirute. Siniora acusou o grupo de militantes xiitas Hezbollah de tentar armar um golpe após a guerra de 34 dias contra Israel, neste ano. O Hezbollah afirma que o primeiro-ministro e seus aliados, contrários à influência da Síria nos assuntos libaneses, queriam que Israel os destruísse. Comentaristas alertam que a situação poderia se degenerar em uma onda de violência em um país que ainda está tentando se reconstruir após a guerra civil que perdurou de 1975 a 1990.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.