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Milhares de peregrinos fazem procissão pela Via Crucis

A tradicional procissão pela Via Crucis terá início no local onde estava situada a Fortaleza de Antonio e percorrerá lentamente as 14 estações até o calvário

Por Agencia Estado
Atualização:

Milhares de peregrinos estrangeiros e membros da comunidade árabe cristã se unirão hoje, Sexta-Feira Santa, para lembrar a agonia de Cristo e seguir seus passos pela "Via Dolorosa" de Jerusalém. A tradicional procissão pela Via Crucis terá início no local onde estava situada a Fortaleza de Antonio - onde Pôncio Pilatos condenou Jesus à morte - e percorrerá lentamente as 14 estações até o calvário. Durante cada uma das paradas do caminho, a multidão costuma orar e ler os Evangelhos sob a condução de monges da ordem franciscana, custódios da Terra Santa há mais de 800 anos. A primeira dessas estações se encontra exatamente onde ficava o tribunal que julgou Jesus e onde agora está erguida a escola muçulmana de El-Omariye. Na estação seguinte, onde foi colocada a coroa de espinhos sobre sua cabeça, foi erguida a Capela da Flagelação, no século XII. A procissão, que transcorrerá em alguns momentos pelo mercado palestino da cidade antiga - onde se encontram algumas das outras estações - é finalizada dentro da Basílica do Santo Sepulcro. À entrada do templo - cujas chaves estão de posse de uma família muçulmana há mais de dois séculos, desde a época em que a Terra Santa fazia parte do Império Turco Otomano -, os peregrinos se concentravam, nesta manhã, ao redor da pedra de mármore que teria sido colocada sobre o local da unção do corpo inerte de Cristo. Muitos dos peregrinos e árabes cristãos lotaram, nesta Quinta-Feira Santa, a Basílica da Agonia, no Jardim do Getsêmani, onde, seguindo a tradição, foi lida a liturgia e se jogou pétalas de rosas, símbolo das lágrimas de Cristo, na pedra sobre a qual Jesus rezou antes de ser aprisionado por soldados romanos. Grande quantidade de efetivos da Polícia israelense zelava pela segurança na cidade antiga de Jerusalém, onde também se concentravam muitos judeus que se dirigiam pelo mercado para orar frente ao Muro das Lamentações por ocasião da Páscoa judaica (Pessach). Nesta festividade, os hebreus lembram a libertação da escravidão no Egito dos faraós por obra de Moisés, o êxodo pelo deserto rumo à Terra Prometida, e a chegada da primavera. Após a procissão solene pela rua da Via Dolorosa e outras ruelas do mercado até o Santo Sepulcro, as cerimônias da Semana Santa de Páscoa culminarão amanhã com as cerimônias da água e do fogo do Sábado de Aleluia, e com a grande missa do Domingo da Ressurreição e a procissão em volta da Basílica. O templo, sob controle da Igreja Grega ortodoxa, da mesma forma que a Basílica da Natividade em Belém, foi construído sobre a colina denominada Gólgota. A maior parte de suas instalações atuais datam do tempo dos Cruzados que chegaram a Jerusalém para resgatar o Santo Sepulcro em poder do Islã.

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