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Milhares de pessoas tentam deixar Kiev, e capital da Ucrânia vive caos

Imagens captadas em Kiev após o início da ofensiva russa mostram congestionamentos se formando nas saídas da cidade, filas nos postos de combustíveis e estações de trem e metrô lotadas

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Por Redação
Atualização:

Milhares de moradores de Kiev começaram a deixar a capital da Ucrânia no começo desta quinta-feira, 24, após a Rússia iniciar a invasão a várias partes do país, e a cidade começa a viver um caos.

Há imagens de enormes congestionamentos se formando, especialmente nos corredores de acesso às saídas da capital.

Há filas nos postos de combustíveis e vários deles já não têm mais gasolina para vender. Muitos moradores também estão percorrendo os supermercados, tentando comprar mantimentos.

Congestionamento se forma em uma das principais avenidas de Kiev, capital da Ucrânia, com pessoas tentando deixar o país após avanço das tropas russas Foto: EFE/EPA/SERGEY DOLZHENKO
Pessoas em estação de trem de Donetsk se preparam para fugir do país após chegada de tropas russas no Leste da Ucrânia Foto: AP Photo/Roman Yarovitcyn, File

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Há milhares de pessoas lotando estações de ônibus e trens do metrô, a maioria com bagagem nas mãos, tentando deixar a capital ucraniana.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, acusou Vladimir Putin de iniciar uma "invasão em grande escala" contra seu país. "Cidades ucranianas pacíficas estão sob ataque", tuitou. Contrariando as imagens captadas em solo ucraniano, Kuleba também afirmou que "ninguém está fugindo".

Pelo menos duas explosões foram ouvidas na capital, Kiev. Um pouco depois, as sirenes para alertar para bombardeios ressoaram no centro da capital. Os moradores correram para as estações subterrâneas do trem em busca de abrigo.

O Ministério da Infraestrutura da Ucrânia anunciou o fechamento do espaço aéreo do país "por causa do alto risco de segurança", interrompendo o tráfego civil logo após a meia-noite. A Rússia afirma ter feito uma primeira ofensiva contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e outras cidades no centro e no leste do país, enquanto autoridades ucranianas confirmam 8 mortes até o momento.

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Mulher chora ao chegar à cidade deMedyka, na Polônia, na fronteira com a Ucrânia, após fugir dos ataques russos à cidades ucranianas Foto: Reuters/Bryan Woolston
Parentes se despendem de crianças que embarcam em trem para fugir de Severodonetsk, no leste da Ucrânia, após o ataque da Rússia Foto: Lynsey Addario/The New York Times

O Ministério da Defesa russo garante ter destruído a capacidade de defesa antiaérea da Ucrânia, bem como parte de seus jatos na operação e negou que seus militares estivessem realizando ataques contra cidades ucranianas. “Armas de alta precisão estão tornando inoperantes a infraestrutura militar do Exército ucraniano, sistemas de defesa aérea, pistas e jatos das forças aéreas”, disse a pasta.

Os ucranianos dizem ter derrubados cinco caças russos e um helicóptero durante os bombardeios, o que Moscou negou.

Fila de carros para abastecimento em posto de gasolina no centro de Kiev; cena se repetiu por todo o país, com população se preparando para fuga Foto: EFE/EPA/SERGEY DOLZHENKO
Caixa eletrônico no centro de Kiev com dezenas na fila para sacar dinheiro, em meio a temor da população com invasão russa da Ucrânia Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko

O presidente ucraniano Volodmir Zenlenski pediu calma e adotou lei marcial - quando regras militares substituem as leis civis comuns de um país.

Ameaças de Putin

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Em uma mensagem televisionada, Putin anunciou sua decisão e prometeu retaliação a quem interferir na operação russa na Ucrânia. Na mensagem, o líder russo, que justificou sua decisão por um pedido de ajuda dos separatistas pró-russos e pela política agressiva da Otan com Moscou, também pediu que os militares ucranianos "deponham as armas". "Qualquer um que tente interferir conosco, ou mais ainda, criar ameaças para nosso país e nosso povo, deve saber que a resposta da Rússia será imediata e o levará a consequências como você nunca experimentou em sua história."

Putin classificou sua operação como um ataque aos “nazistas” na Ucrânia, assim como a rejeição da ordem mundial liderada pelos EUA. Segundo ele, a aspiração da Ucrânia de ingressar na Otan representa uma ameaça terrível para a Rússia. Ele evocou o bombardeio da Otan à Iugoslávia em 1999 e a invasão do Iraque pelos EUA em 2003 para deixar claro que via o Ocidente como moralmente falido. “Durante 30 anos, tentamos deliberada e pacientemente chegar a um acordo com os países da Otan sobre segurança igual e indivisível na Europa”, disse Putin.

“Tomei a decisão de realizar uma operação militar especial”, disse Putin. “Seu objetivo será defender as pessoas que há oito anos sofrem perseguição e genocídio pelo regime de Kiev. Para isso, visaremos a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, assim como levar ao tribunal aqueles que cometeram vários crimes sangrentos contra civis, incluindo cidadãos da Federação Russa. Nossos planos não incluem a ocupação do território ucraniano.”

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