PUBLICIDADE

Milhares de trabalhadores exigem dignidade e paz na Europa e Ásia

Por Agencia Estado
Atualização:

Milhares de trabalhadores comemoraram nesta segunda-feira o 1º de Maio nas principais cidades da Europa e da Ásia, exigiram o fim da precariedade no emprego e se declararam a favor da paz no mundo. Paris teve as concentrações mais esperadas após a disputa mantida nos últimos meses entre estudantes e o Governo contra o Contrato de Primeiro Emprego (CPE) para os jovens. Os sindicatos festejaram o fato de o Executivo ter desistido de instaurar este tipo de contrato, e concentraram suas reivindicações na retirada do Contrato de Novo Emprego (CNE), destinado a funcionários de empresas com menos de 20 pessoas. O novo contrato garante ao empresário a prerrogativa de demitir sem justificativa nos dois primeiros anos. Na Espanha, milhares de pessoas participaram da manifestação conjunta convocada por sindicatos em Madri, sob o lema "Pela paz - Emprego estável em igualdade". A tônica dominante foi a ausência de frases contra o governo. O principal tema este ano foi o "cessar-fogo permanente" da organização terrorista basca ETA e a esperança em uma futura paz. Na Itália, houve momentos de tensão devido à presença, no ato em Milão, da ministra da Educação Letizia Moratti, que foi vaiada e xingada, o que a obrigou a deixar o palanque. Moratti, que foi convidada pelos sindicatos, defende uma controversa reforma do sistema educacional que, segundo seus críticos, "humilha" os trabalhadores e aumenta "a precariedade" entre os pesquisadores. Turim foi palco de outra grande manifestação na Itália, com 100 mil pessoas. Já Roma celebrou o feriado com um grande show. Em Berlim, os sindicatos alertaram para o "desmantelamento peça a peça" das estruturas sociais pelo Governo da chanceler alemã, Angela Merkel. Nos atos, que tiveram a participação de mais de meio milhão de pessoas, o alvo foram os planos de reforma da saúde pública e a liberalização das leis de proteção contra a demissão. Houve incidentes em Leipzig e Rostock, devido a confrontos entre neonazistas e esquerdistas. Cerca de 120 mil pessoas participaram, em Viena, de uma mobilização que mostrou a capacidade de mobilização dos partidos de centro-esquerda, marcados por um escândalo financeiro que atinge o Partido Social-Democrata (SPÖ). Portugal comemorou hoje o Dia do Trabalho coincidindo com a abertura, sem restrições, de seu mercado de trabalho aos cidadãos dos oito novos países-membros da União Européia (UE). Os principais sindicatos portugueses aproveitaram a emblemática data para reivindicar emprego de qualidade e reforçar seu compromisso contra o desemprego crescente em Portugal. Na Suíça, organizações sindicais e a esquerda pediram aumento das remunerações dos trabalhadores e a equiparação salarial entre homens e mulheres. Ao contrário do que vinha ocorrendo nos últimos anos, quando ativistas anti-capitalismo e a polícia se enfrentaram, um grupo de manifestantes se concentrou pacificamente em Trafalgar Square, e por isso não houve incidentes em Londres. Em Sarajevo, manifestantes pediram a renúncia do Governo e da Presidência tripartite, e também exigiram mais proteção social e emprego. Houve várias manifestações turbulentas em províncias da Turquia, com enfrentamentos entre a Polícia e manifestantes. Em Istambul, os atos ocorreram sem incidentes, e os participantes se solidarizaram com os trabalhadores e gritaram palavras de ordem contra os EUA e a invasão do Iraque. Já em Moscou, as palavras de ordem foram pela erradicação da pobreza e garantia de maiores salários e benefícios sociais. A Federação de Sindicatos Independentes afirmou que aproximadamente 200 milhões de pessoas participaram das manifestações realizadas em mais de 800 cidades da Rússia, com o lema "Salários dignos para os trabalhadores". Centenas de militantes da oposição democrática estiveram nas ruas de Minsk, capital de Belarus, para se solidarizar com os dirigentes presos pelo regime do presidente Alexander Lukashenko. Na Ásia Na China, o Governo destacou a importância da segurança para evitar acidentes durante o tradicional período de recesso, que dura sete dias a partir de hoje. O Dia do Trabalho e a comemoração do Ano Novo são os únicos feriados oficiais no país. Em Manila, a Polícia bloqueou a passagem de centenas de manifestantes que pretendiam se aproximar do Palácio Presidencial para exigir a renúncia da presidente filipina, Gloria Macapagal, principal reivindicação no Dia do Trabalho. O Congresso da Indonésia negou que hoje seja feriado nacional, por considerar que a data tem origem nas idéias de Karl Marx.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.