Milhares marcham contra Chávez

Protesto foi o quarto consecutivo contra a reforma constitucional impulsionada pelo presidente venezuelano

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Por Afp , Efe e Reuters
Atualização:

Milhares de pessoas participaram ontem de uma manifestação em Caracas contra a reforma constitucional impulsionada pelo presidente Hugo Chávez. A marcha, organizada pela oposição, aconteceu de maneira pacífica. Manifestantes carregando bandeiras de repúdio à reforma e ao presidente caminharam durante algumas horas acompanhados de um caminhão com caixas de som até chegarem à avenida México, onde se juntaram a estudantes que discursavam em um palanque montado próximo à Procuradoria do país. Os manifestantes também protestaram contra a violência registrada no país na última semana, quando protestos estudantis terminaram de maneira violenta. "Repudiamos a reforma abertamente, mas também somos contra a violência", afirmou o dirigente estudantil Freddy Guevara. Os estudantes estão protestando desde a semana passada contra a reforma, que deverá ser levada a referendo no dia 2. Na quarta-feira, oito ficaram feridos na Universidade Central da Venezuela (UCV) depois de serem atacados por um grupo pró-Chávez. Na quinta-feira, confrontos com a polícia deixaram feridos outros 14 alunos da Universidade Metropolitana (Unimet). Anteontem, outras cinco pessoas ficaram feridas em uma passeata que terminou em tiroteio. O projeto de reforma que está motivando os protestos prevê mudanças em 69 dos 350 artigos da Constituição venezuelana - entre eles uma modificação que determina o fim do limite para reeleições. BATE-BOCA O rei Juan Carlos da Espanha, em um gesto sem precedentes, deixou ontem o plenário da 17ª Cúpula Ibero-americana, em Santiago, no Chile, em protesto às críticas feitas por Chávez ao ex-chefe de governo espanhol José María Aznar. O atual chefe de governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, já havia se queixado com Chávez por seus ataques a Aznar. O presidente venezuelano respondeu afirmando que tinha direito de se expressar. Nesse momento, o rei espanhol apontou o dedo para Chávez e disse: "Por que você não cala a boca?", e deixou o recinto. Antes desse último episódio, Hugo Chávez tinha criticado Aznar, chamando-o mais uma vez de "fascista" e acusando-o de ter apoiado o golpe na Venezuela em abril de 2002.

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