28 de fevereiro de 2015 | 02h03
Diante de uma multidão que lotou a Praça Independência com máscaras, faixas, bandeiras e trouxe até a réplica de um fusca azul, o presidente do Uruguai, José Mujica, agradeceu ontem o apoio da população durante seu mandato de cinco anos. Hoje, ele e a presidente Dilma Rousseff inauguram o parque eólico de Artilleros, o primeiro empreendimento da Eletrobrás no exterior e último evento público de Mujica antes de passar a faixa presidencial para Tabaré Vázquez - a posse será amanhã.
"Obrigado pelas críticas, pelo carinho e, sobretudo, pelo companheirismo", disse Mujica para cerca de 10 mil pessoas. "Não estou indo embora. Estou chegando. Irei com o último alento e onde que eu esteja, estarei com vocês."
"Não gosto da esquerda, mas votei nele e faria de novo", declarou ao Estado a guia de turismo Natália Barrera, de 25 anos, filha um uruguaio e uma brasileira. Ela destacou o avanço da legislação uruguaia em questões como aborto, consumo de maconha e casamento gay. "Ele lutou por um país mais livre, com mais igualdade e diversidade."
Para a dona de casa Elizabeth Pagano, de 65 anos, Mujica foi o único presidente uruguaio que fez alguma coisa concreta pelo povo. "O Tabaré não tem nada a ver com o Mujica", afirmou, referindo-se ao fato de seu sucessor ser um médico milionário morador de um bairro nobre da capital. "É triste ver Pepe deixar a presidência."
Integração. Em entrevista publicada na edição de ontem do jornal El Observador, Mujica apontou a política energética como um dos acertos de seu governo, destacando que o Uruguai possui uma "relação potente" com o Brasil. "Sou fanático pela luta da integração da América. Se Argentina e Brasil não chegam a um acordo, não há integração", comentou.
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