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Milhares protestam contra os EUA na Somália

Líder muçulmano rotulou Washington como o inimigo do Islã durante um protesto que reuniu cerca de 5 mil pessoas na capital

Por Agencia Estado
Atualização:

Um líder muçulmano rotulou Washington como o inimigo do Islã durante um protesto que reuniu cerca de 5 mil pessoas na turbulenta capital da Somália nesta sexta-feira. A manifestação ocorreu em meio aos piores combates em 15 anos de anarquia na Somália, que não tem um governo efetivo desde 1991. Apenas nesta sexta-feira, 11 pessoas foram mortas em subúrbios do norte da capital, e quatro morreram na explosão de uma bicicleta-bomba. Cerca de 100 pessoas já foram mortas em Mogadiscio desde 24 de maio. O apoio dos Estados Unidos à aliança secular é amplamente percebido, mas autoridades americanas não confirmam nem negam a suspeita. "Sabemos que o inimigo do Islã, particularmente o governo dos EUA, está financiando a aliança maligna", disse durante os protestos o Sheik Sharif Sheikh Ahmed, presidente da União das Cortes Islâmicas. Participantes carregavam cartazes onde se lia: "Precisamos da lei islâmica Sharia, não precisamos de constituição feita pelo homem" e "Abaixo os EUA!". Cerca de 200 milicianos islâmicos garantiram a segurança da manifestação. Em 1991, senhores da guerra derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre e depois se voltaram uns contra os outros, dividindo a nação de cerca de 8 milhões de habitantes em feudos rivais. Fundamentalistas islâmicos dizem agora que podem impor a ordem no país, e acusam a aliança secular, formada por antigos senhores da guerra, de estar trabalhando para a CIA. Já a aliança acusa os líderes islâmicos de terem vínculos com a Al-Qaeda.

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