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Milhares vão às ruas em apoio a Mladic na Sérvia

Filho nega que pai tenha responsabilidade por massacre de Srebrenica.

Por BBC Brasil
Atualização:

Cerca de 10 mil pessoas foram às ruas da capital da Sérvia, Belgrado, neste domingo protestar contra a prisão e possível extradição para o Tribunal Penal Internacional de Haia (Holanda) do general sérvio-bósnio Ratko Mladic. Mladic, um dos criminosos de guerra mais procurados do mundo, foi capturado na última quinta-feira, após viver foragido por 16 anos. A manifestação na frente do Parlamento em Belgrado congregou manifestantes com bandeiras e cartazes retratando Mladic como um herói sérvio. O grupo de extrema-direita 1389 convocou seus simpatizantes a "mostrar a este regime de traidores que nós não temos medo de suas ameaças e de sua repressão, e que estamos prontos para defender os heróis sérvios." Cerca de três mil pessoas participaram de outro protesto, na cidade natal de Mladic, a vila de Kalinovic. O correspondente da BBC na cidade, Nick Thorpe, disse que a manifestação transcorreu de forma pacífica. Srebrenica Também neste domingo, o filho de Mladic, Darko Mladic, disse que seu pai nega ter ordenado o massacre de Srebrenica, em 1995, no qual 7,5 mil homens e meninos muçulmanos foram mortos. O massacre, ocorrido durante a Guerra da Bósnia, foi a maior atrocidade cometida em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. "Ele disse que, seja o que for que tenha ocorrido em Srebrenica, ele não tem nada a ver com aquilo", afirmou Darko Mladic, depois de visitar seu pai na detenção do tribunal para crimes de guerra da Sérvia, em Belgrado. "Ele salvou tantas mulheres, crianças e combatentes (...). A sua ordem foi para primeiramente evacuar os feridos, mulheres e crianças e, depois, os combatentes. Quem quer que tenha feito algo às suas costas, ele não tem nada a ver com isso", disse. Extradição A Justiça sérvia considerou Mladic apto para ser extraditado para Haia, sede do Tribunal Criminal Internacional para a Antiga Iugoslávia. A defesa do general tem até esta segunda-feira para entrar com um recurso contra a decisão. No entanto, o filho do general disse que, de acordo com diagnósticos feitos, ele não tem condições de saúde para ser mandado à Holanda. "Eu apelo ao tribunal de Haia, porque eu não quero que isto seja visto como uma tática de adiamento", disse Darko. "Nós precisamos que especialistas o examinem, não estamos evitando nada", afirmou. "Eu somente acho que isto está de acordo com a lei - se o homem não é capaz, a extradição não pode ocorrer." Quanto ao tempo em que Mladic esteve foragido, o presidente da Sérvia, Boris Tadic, disse à BBC que a investigação sobre o caso se estenderá a qualquer pessoa que possa ter ajudado o ex-general a escapar da Justiça. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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