Milhares vão às ruas para apoiar governador de Oaxaca

Crise em estado mexicano já dura seis meses, e começou com greve de professores

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Por Agencia Estado
Atualização:

Mais de 15 mil mexicanos favoráveis ao governador de Oaxaca caminharam pelas ruas da capital do estado nesta terça-feira, em sua maior demonstração de força no conflito de seis meses de duração, que já deixou ao menos nove mortos. A manifestação da terça-feira ocorreu dois dias depois de mais de 20 mil esquerdistas caminharem demandando a saída do governador Ulises Ruiz, sinal da polarização do estado após meses de conflitos de rua e tiroteios que afastaram os turistas e abalaram a economia local. A manifestação pró-governo aconteceu após o secretário do Interior Carlos Abascal afirmar a repórteres que Ruiz deveria sair se não fosse possível chegar um acordo com seus oponentes. "Ou o governador convence esses grupos que algum tipo de pacto de unidade com o governo pode ser restabelecido[...]ou o governador abandona seu posto. Não há outro caminho", afirmou. Carregando cartazes com os dizeres "criminosos fora de Oaxaca", os manifestantes entoaram cantos de apoio aos quatro mil policiais federais que ocuparam a cidade no mês passado para tirar os manifestantes do centro. "Não é ideal ter forças federais e tanques aqui, mas é melhor do que ter criminosos e terroristas no controle", disse o Pojani Toledo, dono de um restaurante de 27 anos que participava da manifestação, e afirmou que seu negócio havia sido afetado. Muitos manifestantes disseram pertencer ao partido de Ruiz, o Institucional Revolucionário (PRI), que governa Oaxaca desde 1929. Os esquerdistas acusam Ruiz de fraudar as eleições de 2004, e de enviar grupos de pistoleiros contra seus oponentes. Os protestos em Oaxaca começaram em maio, quando professores entraram em greve por melhores salários e condições, em um dos estados mais pobres do México. Quando a polícia interferiu com violência em uma das manifestações, os manifestantes expandiram sua demanda, incluindo a saída do governador, o que fez com que esquerdistas, estudantes e índios se unissem aos protestos.

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