PUBLICIDADE

Milhões protestam contra a guerra em várias partes do mundo

Por Agencia Estado
Atualização:

Milhões de europeus paralisaram seus trabalhos ao meio-dia de hoje para protestar contra uma possível guerra no Iraque. Ações contra um ataque liderado pelos EUA pipocaram em todo o mundo. Sindicatos trabalhistas anunciaram que milhões de trabalhadores em países como Espanha, Alemanha, Itália e Suíça atenderam ao chamado continental para parar por 15 minutos a fim de pressionar pela paz e frear a intenção dos EUA de ataque o Iraque. Na Alemanha, onde pesquisas mostram que a população é na grande maioria oposta à guerra, houve paralisação em três fábricas da Volkswagen e da DaimlerChrysler. Os bondes pararam na cidade oriental de Halle. Sindicatos italianos afirmaram que trabalhadores cruzaram os braços desde a Sicília, no sul, até Turim, no norte. Ativistas prenderam uma bandeira de paz de 6 metros numa ponte em Pisa, enquanto trabalhadores em várias fábricas faziam soar buzinas para marcar a greve. Enquanto os líderes da Alemanha, França e Rússia desfrutam da popularidade de encabeçar a resistência contra a guerra, partidários da linha dura de Washington, como o premier espanhol José Maria Aznar e o primeiro-ministro australiano John Howard, estão enfrentando uma cada vez mais hostil opinião pública. Enquanto Aznar defendia sua posição de usar a força para desarmar o Iraque com membros de seu Partido Popular, cinco milhões de espanhóis, segundo sindicatos, paralisavam seus trabalhos em protesto contra a política do primeiro-ministro. No outro lado do mundo, Howard foi perseguido por protestos antiguerra durante uma série de compromissos na cidade sulista de Adelaide. Manifestantes jogaram ovos e tomates contra o carro de Howard e paralisaram o tráfego. Um manifestante foi detido por saltar na frente do carro de Howard. Na Turquia, onde os EUA querem posicionar 62 mil tropas de combate, duas dezenas de ativistas se acorrentaram às rodas de um caminhão bloqueando a entrada o porto oriental de Iskenderun, onde forças americanas desembarcam equipamento de apoio para uma possível guerra. A polícia retirou à força os manifestantes enquanto dezenas de soldados turcos reforçavam a guarda no porto. "Se os EUA estão tão interessados em desarmamento, eles deveriam começar em casa", opinou Banu Dokmecibasi, um porta-voz do grupo ambientalista Greenpeace. "São os Estados Unidos que possuem as armas mais sofisticadas do mundo e são os Estados Unidos que dispõem do maior arsenal de armas de destruição em massa do mundo". Na Rússia, ativistas do Greenpeace prenderam um grande cartaz numa ponte de Moscou onde se lia: "Veto à Guerra". Cerca de 350 pessoas na antiga república soviética do Quirguistão promoveram uma passeata na capital Bishkek com cartazes dizendo "Não nos arraste para uma guerra" e "O pacífico céu do Quirguistão não é para a guerra". Tropas dos EUA estão atualmente baseadas em um aeroporto civil perto de Bishkek. No Egito, umas 4 mil pessoas se concentraram na mesquita Al-Azhar, no Cairo, a mais respeitada no mundo islâmico sunita, gritando slogans antiamericanos e pedindo aos líderes árabes para formarem uma frente unida contra a guerra. Na Jordânia cerca de 3 mil muçulmanos realizaram uma manifestação na cidade de Zarqa, a 27 quilômetros ao leste de Amã, para protestar contra a guerra e expressar seu apoio ao povo palestino. No Chipre, gregos cipriotas pararam de trabalhar por 15 minutos em protesto contra a guerra. Participaram funcionários públicos, professores e estudantes. No Líbano, o principal clérigo xiita disse a seus fiéis nas orações de sexta-feira que uma guerra contra o Iraque terá a função de pavimentar o caminho para as ambições imperialistas de Israel na região. "A América é influenciada em suas decisões políticas e guerras militares, para invadir a região, pelo lobby sionista", afirmou o aiatolá Mohammed Hussein Fadlalah.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.