Milícia ameaça civis no Congo; mortos chegam a 400

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma milícia étnica congolesa que controla a cidade de Bunia ameaçou atacar civis abrigados nas instalações da ONU, afirmou um porta-voz da entidade, denunciando o que qualificou de "ameaça inadmissível". Enquanto isso, funcionários da ONU informaram que se aproxima de 400 o número de mortos nos choques entre milícias étnicas rivais na cidade. O número de corpos encontrados pelas ruas de Bunia, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC, ex-Zaire), aumenta diariamente. "Nossas missões foram realizadas em algumas áreas onde vilas inteiras foram incendiadas, ainda há cadáveres pelas ruas, e temos certeza de que pessoas foram mortas dentro de suas casas", lamentou Hamadoun Toure, o porta-voz da missão da ONU no Congo. Combatentes das tribos rivais hema e ituri travaram uma sangrenta batalha no início deste mês nas ruas de Bunia, capital da província congolesa de Ituri. Os grupos étnicos disputam o controle sobre as terras férteis de Ituri. A guerra civil de cinco anos na RDC apenas agravou a situação, já que Congo, Uganda e Ruanda acusam-se mutuamente de armar combatentes tribais para como parte da dispua entre os países pela região, rica em ouro, petróleo e outros recursos naturais. Em 16 de maio, um acordo de cessar-fogo pôs fim a dias de combates e deixou Bunia nas mãos de milicianos hemas. Mais de 10.000 civis buscaram refúgio num abrigo da ONU em torno do aeroporto de Bunia e num complexo da entidade no centro da cidade.

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