Milícia islâmica somali prepara "guerra santa" contra etíopes

O líder da União das Cortes Islâmicas voltou a convocar os somalis para resistir à "invasão etíope" e disse que a jihad está próxima

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Por Agencia Estado
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As milícias islâmicas da Somália estão preparadas para atacar os soldados "invasores" etíopes, e anunciaram uma próxima "guerra santa" para expulsá-los de seu país. O líder da União das Cortes Islâmicas, grupo radical que tomou controle de várias cidades do país, reafirmou nesta segunda-feira o pedido para que os cidadãos resistam à "invasão etíope". "A hora para começar a jihad (guerra santa) está próxima. Os mártires conseguirão seu objetivo e os estúpidos invasores cairão", afirmou o líder da União das Cortes Islâmicas, Sheikh Sharif Sheikh Ahmed, em um comício na capital Mogadiscio. Várias testemunhas informaram na semana passada sobre a chegada de soldados etíopes às cidades de Baidoa e Wajid, a mais de 200 quilômetros de Mogadiscio, mas o Governo de transição - com sede em Baidoa - nega essa presença. O Governo da Etiópia apóia o presidente somali, Ahmed Abdullahi Yusuf, e tinha anunciado que, se as Cortes Islâmicas avançarem para a Baidoa invadiria a Somália com suas tropas para impedir a passagem. As milícias islâmicas ocuparam a maior parte de Mogadiscio em 6 de junho passado, assim como outros lugares do sul do país, e anunciaram sua intenção de se estender por outras zonas. A Somália vive sem autoridade central desde que a deposição do ditador Mohammed Siad Barre, em 1991. O país é cenário de lutas entre "senhores da guerra", aos quais nos últimos meses se somaram os milicianos islâmicos. Em 22 de junho passado, os Tribunais Islâmicos assinaram uma trégua com o Governo, assim como um acordo de mútuo reconhecimento e o compromisso de começar um processo de reconciliação em reunião posterior.

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