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Milícia xiita desafia ultimato para depor armas

Clérigo Muqtada al-Sadr condiciona desarme ao fim da ocupação dos EUA no Iraque

Por Ap , Afp e Reuters
Atualização:

O clérigo antiamericano Muqtada al-Sadr ordenou aos membros de sua milícia xiita, Exército Mehdi, que desafiem as ordens do governo de depor as armas. Em entrevista exibida ontem na rede de TV Al-Jazira, Sadr afirmou que o Exército Mehdi só as entregará para um governo que possa "tirar o ocupante" do Iraque, em referência aos americanos. Sadr disse que sua milícia é capaz de "libertar" o país e acusou o governo do premiê Nuri al-Maliki de ser "tão distante do povo" quanto o do ex-ditador Saddam Hussein. Na sexta-feira, Maliki ultimou os milicianos a depor suas armas até o dia 8, oferecendo dinheiro para os que se rendessem. Ontem, o governo estendeu o toque de recolher em Bagdá - que deveria acabar hoje - por tempo indeterminado. Jatos americanos intensificaram os bombardeios em Basra ontem, lançando duas bombas de precisão em duas supostas fortalezas dos milicianos no norte da cidade. "Esse era um prédio que tinha pessoas atirando contra as forças iraquianas", afirmou o porta-voz do Exército britânico, Tom Holloway. Uma fonte do Ministério da Defesa iraquiano afirmou que pelo menos 120 militantes morreram e 240 ficaram feridos em Basra desde o início dos confrontos, na terça-feira. O Exército americano participou pela primeira vez diretamente da ofensiva em Basra na sexta-feira, quando tropas iraquianas encontraram dificuldades para lutar contra a resistência dos milicianos. Os confrontos estimularam retaliações violentas em Bagdá e outras cidades xiitas do Iraque. Maliki viajou a Basra no começo da semana, e disse ontem que não deixará a cidade enquanto a segurança não for recuperada. "Nós vamos continuar lutando contra essas gangues em cada polegada do Iraque. Essa é a nossa decisiva e última batalha", afirmou o primeiro-ministro do país árabe. Basra é o principal porto e pólo petrolífero do Iraque. A região era controlada por militares britânicos até dezembro, quando a segurança foi transferida para os iraquianos. Por causa da violência, a Unicef, a Cruz Vermelha e outras organizações interromperam a ajuda humanitária na região. Segundo o Ministério da Saúde do Iraque, que é próximo do movimento miliciano, os conflitos em Cidade Sadr e outros bairros de Bagdá já deixaram pelo menos 75 mortos e outros 500 feridos.

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