Milicianos xiitas seqüestraram seis sunitas a caminho de suas rezas, os encharcaram de querosene e os queimaram vivos próximo a um posto do Exército do Iraque. Os soldados não intervieram, segundo o capitão da polícia Jamil Hussein. O episódio faz parte das retaliações do atentado da quinta-feira em Cidade Sadr, que deixou 215 mortos. O ataque aos seis sunitas ocorreu enquanto membros da milícia Exército Mahdi queimavam quatro mesquitas e diversas casas, além de matar um número desconhecido de moradores sunitas no bairro de Hurriyah, que já teve população mista. Homens armados leais ao clérigo radical xiita anti-EUA Muqtada al-Sadr começaram a dominar o bairro nos últimos meses, e a maioria dos habitantes sunitas já fugiram. Ataques e vingança Duas bombas mataram 23 pessoas no norte do Iraque e vários casos de violência abalaram Bagdá nesta sexta-feira, enquanto o governo tenta diminuir a violência e afastar a possibilidade de uma guerra civil, um dia após insurgentes sunitas matarem 215 pessoas no bairro xiita Cidade Sadr, no ataque mais sangrento desde o início da guerra. O ataque a bomba em Tal Afar, ao norte de Bagdá, envolveu explosivos escondidos em um carro estacionado e em um cinto usado por um pedestre que os detonaram simultaneamente próximos a uma loja de carros, segundo o brigadeiro Khalaf al-Jubouri. Ele afimrou que 23 iraquianos morreram e outros 43 ficaram feridos. Em Bagdá, seguidores do clérigo xiita Muqtada al-Sadr alertaram que iriam suspender sua participação no parlamento e no gabinete se o premier Nouri al-Maliki se reunir com o presidente dos EUA George W. Bush na semana que vem, conforme combinado. O Bloco al-Sadr no parlamento e o no governo é a espinha dorsal de apoio político de al-Maliki, e a sua retirada, se apenas temporária, irá causar um forte abalo no já frágil controle do poder pelo premier. O deputado Qusai Abdul-Wahab, seguidor de al-Sadr, disse em declaração que as forças dos EUA são culpadas pelo bombardeio de quinta-feira em Cidade Sadr que deixou 215 mortos e 257 feridos, pois falharam em providenciar segurança. "Afirmamos que as forças de ocupação são totalmente responsáveis por esses atos, e pedimos a retirada das forças de ocupação, ou o estabelecimento de um cronograma para a sua retirada", disse Abdul Wahab. Al-Sadr também desafiou o xeque Harith al-Dhari, o mais influente líder sunita, chefe da Associação de Acadêmicos Muçulmanos, para emitir uma fatwa, decreto religioso condenando os ataques sunitas contra os xiitas.