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Militante protestante é assassinado em Belfast

Por Agencia Estado
Atualização:

William Stobie, um miliciano protestante acusado de um dos assassinatos mais notórios da história da Irlanda do Norte, foi morto esta manhã em frente a sua casa, em Belfast. Segundo a polícia, Stobie, de 51 anos, foi assassinado quando se dirigia a seu automóvel. De acordo com informações não confirmadas, ele havia sido advertido de que seus ex-colegas da proscrita Associação para a Defesa do Ulster (UDA, por sua sigla em inglês) estavam tentando matá-lo. Veículos policiais blindados bloquearam a rua Forthriver, em um bairro operário ao norte da capital norte-irlandesa, onde o cadáver de Stobie permanecia coberto com um plástico aguardando a chegada de investigadores. Um grupo proscrito chamado Defensores da Mão Vermelha (Red Hand Defenders) assumiu a responsabilidade pelo assassinato, mas a polícia acredita que, na realidade, trata-se de uma ação de membros da UDA, o maior grupo protestante armado da Irlanda do Norte. O detetive superintendente John Brannigan disse que a polícia havia recebido pistas de que membros da UDA tinham intenção de matar Stobie e que ele havia sido advertido sobre a ameaça no último dia 2. Ed Moloney, um jornalista de Belfast que havia conquistado a confiança de Stobie, afirmou ter conversado com a vítima sobre o assunto na semana passada. "A UDA matou este homem, não há dúvida", disse Moloney à rede de televisão britânica BBC em uma entrevista telefônica. Ao mesmo tempo, grupos de direitos humanos e o Sinn Fein, partido vinculado ao IRA, pediram para que a polícia da Irlanda do Norte não interfira na investigação, já que acreditam que ela poderia estar envolvida no crime. O porta-voz do Sinn Fein, Gerry Kelly, disse que a força policial, predominantemente protestante, "tinha muito a ganhar" com a morte de Stobie. Ele acusou a polícia de "se desfazer de um estorvo e de um problema potencial". No mês passado, a promotoria retirou duas acusações de assassinato que haviam sido apresentadas contra Stobie, incluindo o assassinato em 1989 de um advogado católico, Pat Finucane, um dos crimes mais conhecidos da Irlanda do Norte e que continua sem solução.

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