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Militantes de esquerda celebram nas ruas de Buenos Aires e gritam 'Cristina voltou'

Apesar de proibição determinada por lei, pesquisas de boca de urna divulgadas informalmente apontam vitória do peronista Alberto Fernández no primeiro turno contra o atual presidente Mauricio Macri

Por Rodrigo Cavalheiro
Atualização:

BUENOS AIRES - Centenas de militantes da chapa peronista que apresentou o advogado Alberto Fernández como candidato a presidente e Cristina Kirchner como vice tomaram algumas das principais avenidas de Buenos Aires depois que números de pesquisas de boca de urna foram difundidas informalmente, apesar da proibição determinada por lei.

Embora o governo de Mauricio Macri tenha pregado cautela e pedido que se esperasse a divulgação de dados oficiais às 21h, os dados motivaram os peronistas a chegar a alguns pontos históricos de festejo. O próprio Fernández alimentou a festa de militantes, que repetiam principalmente a frase "Cristina voltou", como na esquina da avenidas Corrientes e Dorrego. 

Militantes pró-Cristina comemoram virtual vitória da chapa peronista nas eleições argentinas Foto: Natacha Pisarenko/AP

"Agradeço a Cristina", disse o candidato a jornalistas e militantes, falando através das grades de sua garagem no bairro de puerto Madero. Durante o dia, ele publicou uma foto mostrando a letra L com a mão esquerda, em uma alusão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dois meses após ser indicado por Cristina, Fernández visitou Lula na prisão em Curitiba. A perspectiva de uma vitória peronista fez com que se discutisse a possibilidade de um feriado bancário para evitar uma desvalorização aguda do peso.

A ex-presidente e candidata a vice na chapa liderada por Alberto Fernández, Cristina Kirchner, depositando seu voto na urna nas eleições argentinas deste domingo, 27 Foto: Walter Diaz/AFP

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De baixo perfil,Fernández tornou-se a surpresa da campanha eleitoral da Argentina. Peronista moderado e pragmático, ele foi alavancado pela ex-presidente e companheira de chapa.

O advogado de 60 anos chegou às eleições como franco favorito, depois de obter 47% dos votos nas primárias de agosto, apoiado por uma oposição peronista unificada. Um resultado surpreendente para alguém que disputou uma eleição popular apenas uma vez, em 2000, nas legislativas da cidade de Buenos Aires.

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