CABUL - Militantes do Taleban publicaram nesta segunda-feira, 31, uma biografia de seu novo líder, o mulá Akhtar Mohammad Mansour, um mês após a sua nomeação e em um momento de tensão pelo poder no grupo. O texto de 5 mil palavras foi publicado em cinco idiomas no site da organização e enviado a jornalistas por e-mail.
Mansur foi nomeado líder taleban depois do anúncio da morte do mulá Mohammad Omar, em julho de 2013, ano em que o novo líder passou a comandar o grupo insurgente.
A nomeação de Mansur tem provocado várias divisões internas entre os rebeldes e um dos irmãos de Omar, o mulá Manan. Essas divisões tem levado a conflitos armados entre diferentes facções do grupo.
A biografia divulgada hoje surge após as publicações recentes na internet de artigos e outras declarações favoráveis a Mansur.
“No dia 23 de abril de 2013, quando Omar morreu, alguns membros do conselho prometeram lealdade a Mansur e o elegeram como o novo chefe do Emirado Islâmico” (forma como os membros do Taleban chamam o Afeganistão), aponta a biografia.
Os militantes afirmaram que mantiveram em segredo a morte de Omar e só a comunicaram para um número “limitado de colegas” porque 2013 era o último ano em que haveriam tropas estrangeiras no Afeganistão.
Na biografia, Mansur é retratado como um líder carismático e dotado de habilidades militares. “É considerado um líder eficaz, influente e com uma personalidade dominante entre os fundadores do Emirado Islâmico”, segundo o documento. “Conhecedor de uma complexidade e dedicado à política contemporânea regional e internacional”, continua o texto.
Mansur nasceu em 1968 na província de Kandahar, recebeu educação religiosa na mesquita local e abandonou os estudos quando era um adolescente para se juntar à luta contra os soviéticos em 1978.
Segundo o texto, Mansur desempenhou um papel “crucial” na organização e desenvolvimento do Taleban. Ocupou os cargos de diretor do Aeroporto de Kandahar, ministro da Aviação e responsável pela Defesa Aérea. Foi nomeado adjunto de Omar e responsável por todas as operações do grupo em 2010. /EFE