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Militantes iraquianos adiam execução de jornalistas franceses

Por Agencia Estado
Atualização:

O Exército Islâmico do Iraque, grupo que seqüestrou dois jornalistas franceses, prorrogou hoje por mais 24 horas o ultimato dado à França para que revogue a lei proibindo o uso do véu islâmico nas escolas públicas, caso contrário matará ambos. O novo prazo termina na noite desta terça-feira. Um novo vídeo enviado pelos rebeldes à rede de TV Al-Jazira mostra o jornalista Christian Chesnot, da Rádio France Internacionale, fazendo um apelo para que o governo francês atenda a exigência e salve sua vida e a do colega Georges Malbrunot, dos diários Le Figaro e Ouest-France. "Eu apelo ao povo francês para que saia às ruas porque nossas vidas estão sendo ameaçadas", disse, em inglês. Esse mesmo grupo executou na semana passada o jornalista italiano Enzo Baldoni, depois que a Itália se recusou a atender à exigência de retirar as tropas do Iraque A lei que proíbe o uso de símbolos religiosos ostensivos nas escolas públicas - o véu islâmico, o quipá judaico e o crucifixo cristão - foi aprovada em maio e entrará em vigor nesta quarta-feira, quando terminam as férias de verão. Antes da divulgação do vídeo de hoje o governo francês reiterou que a revogação da lei não está em questão. "Ela será aplicada", frisou o porta-voz da presidência, Jean-Francois Cope, à televisão Canal Plus. Milhares de pessoas, incluindo muitos muçulmanos participaram hoje de uma manifestação em Paris na qual pediram aos rebeldes que libertem os jornalistas. O ministro do Exterior francês, Michael Barnier, chegou hoje ao Cairo para buscar apoio do chanceler egípcio, Ahmed Aboul Gheit, e do secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa. A tevê Al-Jazira fez hoje um apelo aos sequestradores para libertarem os jornalistas. O líder palestino Yasser Arafat pediu a "imediata soltura" dos reféns, lembrando aos sequestradores que a França é uma amiga da causa palestina. O primeiro-ministro interino iraquiano, Ayad Allawi, disse que a crise mostra que a França não pode se dar ao luxo de ser imparcial no Iraque. "A França não será poupada - não mais do que a Itália, Espanha ou Egito", afirmou. "Governos que decidem permanecer na defensiva serão os próximos alvos dos terroristas. Evitar confrontação não é uma resposta". O Ministério do Exterior francês disse que os comentários de Allawi são "inaceitáveis".

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