
15 de maio de 2012 | 18h39
SÃO PAULO - Um militar brasileiro viajava em um comboio de observadores da ONU atingido nesta terça-feira, 15, por uma explosão no norte da Síria.
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Os observadores estavam na cidade de Khan Sheikhoun, localizada entre Idlib e Hama. Segundo opositores do regime de Bashar al-Assad, apesar da presença dos observadores na região, forças sírias atacaram uma multidão que participava de um funeral na cidade.
O choque deixou ao menos 20 pessoas mortas, segundo a oposição. As mortes ocorreram apesar do acordo de cessar-fogo negociado pelo enviado da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan.
Bomba
A ONU afirmou que quatro de seus veículos formavam um comboio na tarde desta terça-feira. Três deles foram atingidos pela detonação de uma bomba improvisada instalada na estrada.
Nenhum observador militar se feriu no episódio, segundo outro observador brasileiro, o capitão de mar-e-guerra Alexandre Feitosa, do Departamento de Missões de Paz da ONU (que não estava no comboio).
"Não sei dizer em qual dos carros o brasileiro estava, mas amanhã (quarta-feira) vamos apurar todos os detalhes", disse Feitosa à BBC Brasil.
Ahmad Fawzi, portavoz de Kofi Annan, afirmou que uma patrulha foi mandada à região para resgatar os observadores.
O governo da Síria não comentou o episódio.
Foi a segunda vez em menos de uma semana que um comboio da ONU escapou de explosões de bombas na Síria.
Na última quarta-feira outra explosão ocorreu perto de uma equipe de observadores em Daraa. Soldados sírios que acompanhavam a delegação ficaram feridos.
Desde o início das revoltas contra o governo, há pouco mais de um ano, ao menos 9 mil pessoas já morreram na Síria, de acordo com estimativas da ONU.
Brasileiros
O nome do militar que estava no comboio atingido ainda não foi divulgado pela ONU. A organização pretende enviar um total de 300 observadores ao país.
O Brasil contribuirá com 11 militares - quatro da Marinha, quatro do Exército e três da Aeronáutica. Ao menos oito deles já operam na Síria.
O envio deles faz parte de uma política iniciada no governo Lula para aumetar a influência do Brasil no Oriente Médio.
Os observadores, que atuam desarmados, têm como principal missão monitorar o cumprimento do cessar-fogo entre tropas do regime e milícias de oposição estabelecido em 12 de abril.
Segundo Feitosa, apesar de uma diminuição da violência com a chegada dos observadores, ainda é possível presenciar confrontos e verificar a presença de armas pesadas nas cidades.
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