TÓQUIO - A primeiro-tenente Misa Matsushima, de 26 anos, se tornou a primeira mulher piloto de aviões de combates do Japão, um posição que há apenas três anos era exclusivamente reservada aos homens.
Misa, que recebeu seu certificado como piloto de caças F-15 na quarta-feira, disse que tem o desejo de "abrir caminho para outras mulheres" em uma instituição onde contam com baixa representação. Ela foi destacada nesta sexta-feira, 24, à base aérea de Nyutabaru, confirmou um porta-voz das Forças Aéreas de Autodefesa.
"Quero me tornar uma piloto completa o mais rápido possível para abrir caminho a outras mulheres", disse Misa, após obter sua certidão, em declarações divulgadas pelo jornal japonês "Asahi". A primeiro-tenente também manifestou seu desejo que quando a vissem "aumente o número de pessoas que desejem ser piloto".
Misa Matsushima juntou-se às Forças Aéreas de Autodefesa após se formar na Academia Nacional de Defesa, em 2014, e dois anos depois de obter uma licença de piloto, começou a preparação para conduzir aviões de combate.
As Forças Aéreas de Autodefesa do Japão suspenderam o veto para presença de mulheres em todas as áreas e manobras em 1993, exceto na condução dos aviões de combate e reconhecimento, que não eram permitidos até 2015.
A presença da mulher no Exército japonês continua sendo baixa e apenas 6% do pessoal militar - em um univers ode 14 mil soldados - são mulheres, um número que está atrás de potências como os Estados Unidos e outros países industrializados, onde a média esta entre 10% e 15%, segundo dados do Ministério da Defesa do Japão.
O governo propôs dobrar a presença da mulher entre suas tropas nos próximos anos, em uma época que também busca promover sua incorporação em diferentes áreas de trabalho para enfrentar a falta de profissionais gerada pelo rápido envelhecimento da população e a baixa taxa natalidade. / EFE