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Militar que tirou fotos relata abusos em prisão iraquiana

Por Agencia Estado
Atualização:

Jeremy Sivits, um policial militar que tirou fotos dos abusos na prisão iraquiana de Abu Ghraib, propôs declarar-se culpado na Justiça e ofereceu aos investigadores um relato detalhado de como os guardas espancaram e humilharam detentos, numa ocasião batendo tão forte num prisioneiro que ele desmaiou, informa a mídia americana. De acordo com o The Washington Post, Sivits, um dos sete membros da 372ª Companhia da Polícia Militar acusados no caso, disse aos investigadores, numa declaração juramentada, que outros guardas da prisão obrigaram detentos a despirem-se, masturbarem-se e deitarem-se uns sobre os outros, enquanto os soldados riam. O sargento Ivan "Chip" Frederick obrigou dois detentos a trocar socos, afirmou Sivits aos investigadores militares, de acordo com uma transcrição. Ainda segundo o diário, em outra ocasião, o soldado Charles Graner pôs um saco de areia sobre a cabeça de um prisioneiro e "socou-o com o punho cerrado na têmpora, com tanta força que ele caiu inconsciente". "Fui até lá para ver se o detento ainda estava vivo", disse Sivits, segundo a transcrição obtida pelo Washington Post. O prisioneiro ficou caído, imóvel e com os olhos fechados, por cerca de dois minutos, afirmou Sivits, antes de se mover "pela primeira vez, como se estivesse recobrando a consciência".

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