Militares descontentes vão fazer passeata em Caracas

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Por Agencia Estado
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Um grupo de militares venezuelanos da reserva vai marchar nesta quinta-feira pelas ruas da capital, Caracas, para exigir a renúncia do presidente Hugo Chávez. A marcha dos oficiais da reserva será o primeiro protesto que se realizará às portas do palácio presidencial após os violentos episódios de 11 de abril, nos quais morreram 17 pessoas e que desencadearam a saída temporária de Chávez do poder. A polícia anunciou que cerca de 2.000 agentes e guardas nacionais vão vigiar o protesto para evitar possíveis alterações da ordem pública ou confrontos entre opositores e simpatizantes do governo. Um dos porta-vozes do grupo, o coronel da reserva da Guarda Nacional Hidalgo Valero, declarou nesta quarta-feira que os oficiais dissidentes vão marchar levando seus uniformes militares pendurados em cabides em sinal de protesto contra o mandatário, a quem acusam de ter "politizado" e "desrespeitado" as Forças Armadas. Antes, os oficiais da reserva disseram que marchariam vestidos com seus uniformes, o que gerou mal-estar no governo. O ministro da Defesa, comandante-em-chefe Lucas Rincón, advertiu que puniria com a prisão os militares dissidentes que usassem uniforme durante o protesto. Para falar com os jornalistas, Valero apareceu vestindo traje militar. O oficial da reserva disse que o fazia como parte de um ato "institucional" para dizer a Chávez que "o uniforme deve ser utilizado com honra e não para manchar, ofender nem para humilhar os subalternos como fez" o presidente. Em sua marcha, os militares dissidentes vão percorrer as principais avenidas de Caracas e se reunirão diante do Palácio Miraflores para exigir a renúncia de Chávez.

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