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Militares dizem ter assumido o poder em Madagáscar

Suposto golpe teria sido aplicado durante plebiscito para aprovação de nova Constituição

Atualização:

Atualizado às 14h30

 

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JOHANNESBURGO - Um comando do Exército de Madagáscar, que diz falar em nome de um diretório militar, tomou o poder no mesmo dia em que era realizado um plebiscito convocado pelo presidente, Andry Rajoelina, anunciou nesta quarta-feira, 17, um porta-voz militar por meio da imprensa local.

 

Madagáscar realiza nesta quarta-feira um plebiscito para adotar uma nova Constituição, embora a consulta tenha sido boicotada pela oposição. No entanto, o tenente-coronel Charles Andrianasoavina anunciou que o diretório militar havia tomado o poder, indicou a edição digital do jornal Les Nouvelles.

 

Andrianasoavina assinalou que, além dele próprio, também fazem parte do diretório militar "o general Raoelina, o general Noel Rakotonandrasana e o coronel Coutity". Segundo a imprensa local, a situação é de calma no centro de Antananarivo e não foi registrado nenhum incidente importante.

 

Os militares haviam enviado a jornalistas um comunicado no qual pediam "a libertação imediata de todos os presos políticos e a volta de todos os exilados, sem distinção". O primeiro-ministro, Camille Vital, anunciou que daria uma entrevista coletiva para dar sua posição a respeito da declaração do "coletivo de oficiais"

 

A população está convocada para ir nesta quarta-feira às urnas em um plebiscito para decidir se aceitam ou não uma nova Constituição redigida pelo regime golpista liderado por Rajoelina, ex-prefeito de Antananarivo.

 

Nas últimas horas, segundo a imprensa local, os principais líderes de Madagáscar, entre eles o presidente deposto Marc Ravalomanana e o ex-presidente Albert Zafy, fizeram um apelo aos militares para que "assumam sua responsabilidade", em um momento em que consideram que "a pátria está em perigo".

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Além disso, o ex-presidente Didier Ratsiraka reiterou seu pedido de boicote ao plebiscito e considerou a recente prisão de opositores que promoviam a abstenção uma violação dos direitos humanos.

 

A comunidade internacional permaneceu à margem do plebiscito após os esforços promovidos pela União Africana e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Meridional para facilitar a formação de um Governo de união nacional, reiteradamente recusados por Rajoelina.

 

O atual presidente, que chegou ao poder após derrubar Ravalomanana com apoio militar em 17 de março de 2009, pretende aprovar uma Constituição que o permite permanecer indefinidamente no poder.

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