Militares italianos detêm passageiros que querem fugir da covid-19

Cento e vinte foram impedidos de embarcar em trem em Milão para sair da região da Lombardia, centro da epidemia de coronavírus na Itália

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Por Redação
Atualização:

A polícia e o Exército italianos estão controlando quem procura trens para outras cidades. Decreto do governo do primeiro-ministro, Giusseppe Conte, assinado no sábado impede os deslocamentos entre regiões e cidades.

No domingo, 120 passageiros foram impedidos de embarcar na estação central de Milão, capital da Lombardia e centro da epidemia do coronavírus na Itália. Hoje, militares do Exército controlavam o embarque na Estação Termini, em Roma.

Soldado do exército italiano faz o controle de passageiros de trens na Estação Termini , em Roma, para tentar evitar expansão do coronavírus Foto: REUTERS/Alberto Lingria

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Conte resolveu estreitar ainda mais as regras de fechamento de atividades na Itália depois de ser pressionado pelos governadores de províncias afetadas, como a Lombardia, e por aqueles do Sul do país que ainda temiam uma fuga moradores do norte em direção a áreas ainda menos afetadas pela covid-19.

Além de controlar os deslocamentos, os decretos de fim de semana de Conte mandam fechar até 3 de abril todas as atividades não essenciais na Itália. A Pirelli, por exemplo, fechou; já a Barilla, não.

É que toda a indústria automobilística foi paralisada, enquanto a de alimentos pôde permanecer aberta. Na última semana, o governador Attilio Fontana (Lombardia) havia pedido medidas mais drásticas ao governo italiano.

Ele está senso assessorado por médicos chineses que enfrentaram a epidemia de coronavírus com o toque de recolher na China.

Fontana emitiu um decreto que é ainda mais rígido do que o de Conte e determinou o fechamento na região de negócios que haviam passado ilesos nas determinações do primeiro-ministro.

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Esses são os casos dos escritórios de advocacia e dos de contabilidade, que fecham na Lombardia enquanto permanecem abertos no restante do país.

Davide Camparini, assessor da região lombarda, criticou o governo Conte: “Disse que deveríamos ter esperado. Aqui se está morrendo. Na Lombardia, os hotéis serão fechados, os escritórios profissionais serão fechados e a desobediência será punida com 5 mil euros de multa”, afirmou ao Corriere della Sera.

Em 9 de março, Conte já havia decretado uma primeira quarentena, considerada depois pouco eficaz para o tamanho da epidemia em algumas regiões. No sábado à noite, o governo de Roma soltou seu novo decreto com o qual ampliou a rigidez das regras.

No caso dos deslocamentos, o decreto do governo central prevê multa de 208 euros em caso de desobediência e proíbe entre as cidades e regiões o transporte público ou privado, exceto de pessoas autorizadas a viajar ou que cumprem atividade essencais.

Na estação central de Milão, ao mesmo tempo em que o controle da polícia impedia a viagem de 120 pessoas, somente 50 foram liberadas para entrar no trem e deixar a capital da região mais atingida pela epidemia.

A Itália havia regristrado até ontem 59.138 casos de coronavírus no país, dos quais 5.476 pacientes morreram e 7.024 foram curados. Sozinha, a Lombardia contava no domingo com mais mortos do que a China. Foram 3.456e 5.865 pacientes curados. Ao todo 17.889 pessoas estavam em tratamento em razão da covid-19 na região.

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