16 de maio de 2011 | 19h40
CAIRO - O líder militar que governa o Egito interinamente disse nesta segunda-feira, 16, que o povo egípcio deve planejar o futuro, ajudar nas melhorias da segurança interna e trabalhar por uma economia melhor. Foi o primeiro discurso do marechal desde ele assumiu suas funções no governo depois de o presidente Hosni Mubarak ser derrubado por uma revolta popular.
Veja também:
Infográfico: A lenta agonia de Hosni Mubarak
Arquivo: A era Mubarak nas páginas do Estado
Perfil: 30 anos de um ditador no poder
Segundo Tantawi, a segurança interna e a economia estão ligadas e por isso o militar criticou as greves trabalhistas realizadas no país nos últimos dias. "Vamos deixar o passado de lado. Não esquecê-lo, mas deixá-lo de lado por enquanto para que possamos progredir com toda a energia que tivermos", disse.
Os reformistas pressionam a cupular militar para que Mubarak e membros do seu regime sejam processados por corrupção. A mulher do ex-presidente devolveu bens e propriedades ao Estado, o que parece ser uma decisão para remover as acusações de corrupção contra ela, disseram parlamentares. Os bens do ex-ditador são estimados em dezenas de bilhões de dólares.
Tantawi lidera o conselho militar que governa o Egito interinamente. O órgão convocou eleições parlamentares para setembro e um pleito presidencial logo depois para a escolha de um governo civil. Os reformistas criticaram a atual gestão por dar continuidade a algumas políticas da era Mubarak, incluindo a prisão de ativistas sem acusações formais.
O marechal apelou à população por calma e unidade, condenando veementemente a violência entre cristãos e muçulmanos que já ocorreu diversas vezes desde a queda de Mubarak. Segundo ele, o governo não vai tolerar rixas religiosas e agirá com "punhos de ferro" contra os instigadores dos tumultos.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.